Naej Vitória garante que já criou aproximadamente 100 histórias.
Inspiração vem dos acontecimentos cotidianos.
Traços, formas, cores, personagens, histórias, ideias. Esses elementos acompanham a acreana Naej Vitória Arantes, de 11 anos, desde muito pequena. Aos seis anos, o fascínio pelo mundo dos quadrinhos transportou a menina de simples leitora a criadora de histórias. Ela garante que desde aquela época, já foram aproximadamente 100 histórias criadas.
A primeira história Naej lembra muito bem. “Eu estava na 2ª série, eu e meus amigos estávamos lendo gibis da Turma da Mônica e pensei: ‘já que somos uma turma, porque não criar uma história?’ E eu criei”, conta.
Mais do que simples personagens, Mônica, Magali, Cebolinha, Cascão, foram inspirações no início das produções de Naej. Além do amor pelos animais. Um curso de desenho quando tinha 9 anos ajudou a aprimorar os traços da menina. “Meus animais me inspiram e leio muitos gibis do Maurício de Souza e surgem novas ideias. Desde pequena, ele era o meu herói, eu me admirava muito com os gibis dele”, lembra.
Naej contabiliza 14 personagens que acompanham suas histórias, todos possuem nomes e personalidades. As temáticas são das mais variadas, porém, todas estão relacionadas com acontecimentos do cotidiano da quadrinista.
“As histórias surgem no dia a dia mesmo. Tudo funciona na escola, baseado nos meus amigos de sala. Eu vejo o jeito que eles falam e construo o gibi. Eu faço em quadrinhos para um dia publicar”, explica.
Este é um dos maiores sonhos da acreana, ver publicadas as aventuras da ‘Turma da Naej’. Os gibis ainda são artesanais. Para dar vida aos personagens, a menina dobra folhas de papel, grampeia e faz pequenos blocos. Neles, constrói seu próprio livro.
“Lançar um livro sempre foi meu sonho. O desenho é minha forma de falar o que tenho em minha mente. Se eu fizer um personagem, ele não pode ficar só na minha cabeça, tem que ir para o papel”, diz.
Segundo Naej, o interesse pelas histórias em quadrinhos é atribuído a outro amor bem maior, a leitura. O livro preferido da menina é ‘O Panfleto’, do escritor paulista Dionisio Jacob, que mostra a história de um autor que enfrentava o tão temido ‘branco’ criativo. Foi o bastante para ocorrer uma identificação por parte de Naej.
“Quando terminei de ler o livro, estava escrito atrás: ‘Essa é uma história sobre a cabeça de um autor’. Eu pensei que é exatamente como funciona a minha cabeça. Esse livro me levou a outro mundo”, conta entusiasmada.
Todo esse amor pelas palavras é o combustível para manter outro sonho de Naej. “Desde pequena penso em fazer faculdade de jornalismo. É meu sonho”, fala.
O incentivo para as criações de Naej vêm da mãe, a professora de física, Fabiana Arantes. Para ela, o interesse dos filhos pela leitura está intimamente ligado ao incentivo dos pais. Fabiana se orgulha em ver a criatividade da filha e diz que vai fazer tudo o que puder para ver realizados os sonhos da garota.
“Não sei o que vai ser do futuro dela, mas o que eu puder fazer, vou fazer. A gente tem que fazer o que gosta e contribuir com a humanidade. Vou investir nela, ela vai fazer mais um curso de desenho, porque vi que ela tem talento com a caricatura”, afirma a mãe orgulhosa.
Via G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário