Por Milena Azevedo - GHQ
A Nobel Salgado Filho, em Natal, é uma livraria diferenciada.
Fruto da gestão do casal Aluísio e Kátia Azevedo, empreendedores que, como poucos em solo potiguar, valorizam e apoiam de coração a arte local, abraçando escritores, poetas, cordelistas, quadrinistas e artistas plásticos.
Não bastasse isso, a Nobel também será a sede do estúdio e escola de desenho Quadrinhos, de Geraldo Borges, que promete agitar ainda mais o local ao trazer artistas de reconhecimento internacional para ministrar workshops e palestras por lá.
Na terça-feira passada, dia 12 de março, a Nobel ousou mais uma vez ao promover um café literário especial sobre quadrinhos, evento inédito na Província.
Joseniz Guimarães conduziu a mesa, composta por Beto Potyguara, Marcos Guerra e Rodrigo Brum.
Cada artista convidado falou para uma plateia atenta (que lotou a sala) sobre o início de seus trabalhos, suas referências, o sucesso que vem alcançando em diversas partes do Brasil e os projetos vindouros.
Abrindo a mesa, Beto Potyguara anunciou que fora convidado para compor a equipe de assessoria educacional da CODESE, órgão da Secretaria Estadual de Educação, cuja meta é desenvolver novas estratégias de ensino na rede pública, e que pretende dar continuidade aos projetos de inserção da arte sequêncial nas salas de aula.
Outra boa notícia foi comunicada por Marcos Guerra, que além das publicações virtuais e impressas da K-ótica, irá inaugurar o selo Escribas ao Quadrado, dos Jovens Escribas, que passará a publicar histórias em quadrinhos e graphic novels.
E Brum, chargista da Tribuna do Norte, trouxe vários exemplares do jornal Expresso, do Rio de Janeiro, no qual são publicadas diariamente as suas tirinhas do Menino da Laje 8. Ele reforçou que aceitou o convite por tratar-se de um trabalho bacana, voltado para as classes C, D e E, cujo protagonista é um menino da favela. Vale dizer que Brum está participando da exposição dos 50 anos do Sansão, organizada pela Mauricio de Sousa Produções, no Memorial da América Latina, em São Paulo.
Em se tratando dos trabalhos em andamento, Beto Potyguara disse estar produzindo as continuações de Carcará e de Os Notáveis (a liga extraordinária brasileira), bem como prepara uma exposição de cartazes autorais; Guerra está focado em uma trilogia de ficção científica, chamada Io, e a primeira parte terá como subtítulo A descoberta; já Brum quer publicar coletâneas de suas tiras e iniciar uma série de miniHQs, tomando como ponto de partida O salva-vidas, projeto feito em parceria com Milena Azevedo (esta que vos escreve).
O público fez intervenções ao longo das falas dos convidados, gerando uma agradável integração, e o clima descontraído imperou até a conclusão das atividades.
Antes do encerramento, o Professor do Departamento de Artes da UFRN, Marcos Andruchak, comunicou que o EDUCARTE, evento promovido pela arte-educadora Laura Branco e pelo designer Rubens Junior, em 2012, na Nobel, a partir de sua segunda edição já entrará para o calendário de atividades da UFRN, contando assim com mais suporte e verba.
Beto Potyguara destacou a importância de se fazer ao longo do ano, na cidade, diversos pequenos eventos relacionados à arte sequencial, tomando a FLiQ (Feira de Livros e Quadrinhos de Natal) como o evento-chave, e mantendo constante a participação dos quadrinistas potiguares em eventos nacionais, como o FIQ (Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte).
Para finalizar o café literário quadrinhos, todos os convidados (junto com a plateia) agradeceram à Kátia Azevedo pelo espaço e por fazer da Nobel Salgado Filho a verdadeira casa do artista potiguar.
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