domingo, 10 de junho de 2012

SUPER-GAY made in Brazil e em versão Norte Americana


Por Milena Azevedo - GHQ - UHQ



Editora: Bico de Pena / Grafipar - Edição especial
AutoresPor quem os silicones dobram / Os silicones dobraram e não se sabe por quem - Watson Portela (roteiro e arte); O Colecionador - Watson Portela (roteiro) e Franco de Rosa (arte).
Preço: Cr$ 135,00 (preço da época)
Número de páginas: 64
Data de lançamento: 1982


Parodiar os super-heróis passou a ser bastante comum após Adam West e Burt Ward vestirem os uniformes de Batman e Robin, na cultuada série de TV dos anos 1960.
No Brasil, os Trapalhões fizeram inesquecíveis sketches com Super-Ômi, Nega Maravilha, Batimão e Robinho, personagens que migraram para as revistas em quadrinhos do quarteto cômico, editadas pela Bloch nos anos 1980.
Nesse mesmo período, quem também ganhou popularidade foi o Capitão Gay (e seu fiel ajudante Carlos Suely), interpretado por Jô Soares, no programa Viva o Gordo, na TV Globo.
Aproveitando o sucesso do Capitão Gay, Watson Portela criou o Super-Gay e seus amigos do "clubinho", como o Capitão Fafá (este, sim, um personagem muito parecido com o Capitão Gay), Flashomo, Aquagay, Arqueiro Rosa-Choque, Batgay, Húlia, Boneca Prateada, Thorvelinho, Lanterna Cor-de-Rosa, Capitão Lésbi e Power Gay, os guardiões de Taióba City.

A primeira e única edição de Super-Gay foi publicada em 1982, trazendo duas histórias completas.
Em Por quem os silicones dobram/Os silicones dobraram e não se sabe por quem, o Dr. Camomila contrata Sapatão Maravilha (que tem o poder de mudar o sexo das pessoas) e as Super Sapatões para destruir as fábricas de silicone de Taióba City. Justamente quando os heróis acabam de permitir que os membros do "clubinho" possam botar as ditas próteses.
Após a destruição da primeira fábrica, Super-Gay, Capitão Lésbi e Capitão Fafá bolam um plano para impedir o sucesso da missão de Sapatão Maravilha.
Na segunda aventura, O Colecionador, desenhada por Franco de Rosa, Power Gay precisa desvendar o mistério de um ladrão de calcinhas usadas.
Apesar de as tramas serem bobinhas, os diálogos são engraçados de tão afetados, e as referências a outros personagens de quadrinhos, como Brucutu, Sonja e Visão, e a personagens teatrais, como Cyrano de Bergerac, além de uma homenagem a Moebius, garantem a alegria dos colecionadores mais nerds.
O traço limpo e preciso de Watson Portela é um atrativo à parte. O curioso é ele sempre dar um jeito para que as "tangas" das heroínas e vilãs lésbicas voem e mostrem discretamente o que há por debaixo delas.
A revista não teve continuidade porque Jô Soares descobriu a brincadeira e entrou na justiça para proibir a Grafipar de publicá-la.
E, quem diria, três décadas depois o Capitão Gay volta à mídia, agora com a possível produção de um longa dirigido por Otávio Muller e estrelado por Leandro Hassum.
A revista Super-Gay é bastante difícil de achar. Portanto, quem encontrar algum exemplar nos sebos pode comprar sem medo de dar risadas, mesmo em tempos "politicamente corretos".

Obs: um personagem homônimo foi criado em 2011 nos EUA só que ambientalizado no universo dos games. Confira a matéria da época (BP):

Supergay and the Attack of His Ex-Girlfriends (Supergay e o ataque das suas ex-namoradas) é um jogo bem humorado, em que o super-herói vindo das histórias em quadrinhos, Supergay, protagoniza o primeiro game do mundo em que o principal personagem é homossexual.
Tom Palmer é um cientista que trabalha com o sogro e a noiva. Mas estes dois armam uma traição contra Tom. Eles negociam a venda de uma fórmula com propósitos humanitários criada pelo cientista para uma empresa internacional com fins militares.
Tom, que já travava batalhas contra suas dúvidas relativas à sexualidade, decide então usar um experimento não muito bem sucedido, que lhe garante superpoderes, acompanhados de uma roupa preta e rosa e da arma Rainbow Ray (raio arco-íris).
jogo é composto de 32 fases, que apresentam diferentes desafios aos jogadores. Há quebra-cabeças, perseguições, fases de infiltração e dança, todos com muita ação.
A produção da Klicrainbow é direcionada apenas para os suportes de plataforma iOS (iPhoneiPad, iPod, da Apple).
Via Ricky Games com informações de Correio do Estado, PR Newswire

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