Por Thabata Borine - Garotas Nerds
Ser leitor de comics no Brasil não é fácil. Além dos preços altos, de nem todos os quadrinhos produzidos serem publicados aqui e claro, da falta de compromisso, temos que lutar com outra coisa: o preconceito. A maioria das pessoas não entende porque algo tão infantil pode atrair alguém acima dos 18 anos. O Universo Nerd sofre com diversos tipos de ideias pré existentes, seja nos videogames, no RPG, e em vários outros.
Não importa o que você lê: Vertigo, Dark Horse, DC, Marvel, todos passamos por isso, é um quadrinho e as pessoas não conseguem, ou querem, entender o porque gostamos tanto daquilo. São apenas desenhos com balões. Essas são as ideias erradas mais comuns que as outras pessoas tem das Comics.
Mesmo depois de acusações da má influência que as HQ’s podem ter sobre as crianças, da censura e claro, das histórias mais adultas, o mundo ainda acha que COMIC é uma coisa infantil. Desde dos anos 60 que as histórias em quadrinhos tomaram um caminho mais maduro, sendo que nas três últimas décadas, essa afirmação tem sido unânime: HQ é coisa de gente grande.
Claro que alguns heróis permanecem em um limbo, em especial os mais famosos entre as crianças. O Homem Aranha foi reformulado, na saga Um Dia A Mais, onde diversas alterações ocorreram, como o fim do casamento dele e da Mary Jane. Tudo isso porque Peter Parker estava se distanciando do público, se tornando “adulto demais”.
Porém, muitas das histórias de heróis são feitas para um público muito acima dos 10 anos. Achar a namorada despedaçada da geladeira (Lanterna Verde), cenas de sexo (Titãs, Vingadores, Liga da Justiça, X-men e todos os outros títulos possíveis), drogas (Lanterna Verde e Arqueiro Verde, Demolidor), mortes violentas (Noite Mais Densa, Adão Negro partindo as pessoas ao meio, assim como uma certa cena do Sentinela no Cerco) e tantas outras situações vividas pelos heróis são de deixar a censura de cabelo em pé.
Claro que sofremos muito nas mãos desses “capitalistas”, mas eles estão defendendo o povo deles, assim como defendemos o nosso (ou pelo menos deveríamos). E, no fundo, as histórias em quadrinhos estão enraizadas na cultura dos Estados Unidos da América, assim como os mangás estão na japonesa. Faz parte do universo deles, então devemos apreciar como uma forma de arte e entretenimento. E como todo bom leitor, entender os comentários patrióticos. Eles são um dos maiores produtores de quadrinhos do mundo, e sendo produzido lá, é claro que eles vão demonstrar o mundo na visão deles.
E outra: as coisas acontecem na HQ’s. Tudo nem sempre volta ao normal. Alguns podem até reviver, voltar no tempo, recomeçar, mas as coisas são mutáveis. Senão, não existiriam problemas de cronologia.
Muitos heróis nasceram entre as décadas de 30 e 70, época em que esses conhecimentos eram fechados a comunidade científica. E alguns deles nem sequer existiam. O Superman foi uma revolução, com poderes e habilidades fantásticas, isso em 1938. Ele foi criado para atraír o público, e não para fazer sentido. Mesmo o Dr. Manhattan não pode ser real, tanto quanto.
O Flash não sairia vivo da velocidade da luz; o Justiceiro faz coisas que homem nenhum faz, mesmo sendo “comum”; o Capitão Frio é um homem de origem miserável, que construiu armas para congelar sem estudos; o dinheiro do Batman não acaba nunca; quantas coisas sem explicação existem. Mas elas são interessantes, e dentro das histórias em quadrinhos, fazem algum sentido. Pelo menos um pouco.
Então, pegue uma HQ que você gosta, sente e leia. Não tenha vergonha. Ela foi feita para você, um fã. Elas não são feitas para que tudo seja 100% real, elas são para divertir. Podem não ter sentido, podem te deixar muito nervoso (Eu tenho úlceras no estomago por causa de algumas edições tensas). As vezes elas agradam, as vezes não. Mas jamais pense que foi perda de tempo, pois elas cumpriram o papel delas, elas te deixaram entretido por um certo momento.
Não importa o que você lê: Vertigo, Dark Horse, DC, Marvel, todos passamos por isso, é um quadrinho e as pessoas não conseguem, ou querem, entender o porque gostamos tanto daquilo. São apenas desenhos com balões. Essas são as ideias erradas mais comuns que as outras pessoas tem das Comics.
Mesmo depois de acusações da má influência que as HQ’s podem ter sobre as crianças, da censura e claro, das histórias mais adultas, o mundo ainda acha que COMIC é uma coisa infantil. Desde dos anos 60 que as histórias em quadrinhos tomaram um caminho mais maduro, sendo que nas três últimas décadas, essa afirmação tem sido unânime: HQ é coisa de gente grande.
Claro que alguns heróis permanecem em um limbo, em especial os mais famosos entre as crianças. O Homem Aranha foi reformulado, na saga Um Dia A Mais, onde diversas alterações ocorreram, como o fim do casamento dele e da Mary Jane. Tudo isso porque Peter Parker estava se distanciando do público, se tornando “adulto demais”.
Porém, muitas das histórias de heróis são feitas para um público muito acima dos 10 anos. Achar a namorada despedaçada da geladeira (Lanterna Verde), cenas de sexo (Titãs, Vingadores, Liga da Justiça, X-men e todos os outros títulos possíveis), drogas (Lanterna Verde e Arqueiro Verde, Demolidor), mortes violentas (Noite Mais Densa, Adão Negro partindo as pessoas ao meio, assim como uma certa cena do Sentinela no Cerco) e tantas outras situações vividas pelos heróis são de deixar a censura de cabelo em pé.
“Isso é americano demais.”
Essa é difícil de combater, pois é verdade. HQ’s são bastante americanas, apesar dos personagens possuírem as mais variadas origens. Capitão América, Superman, Homem de Ferro e tantos outros heróis já foram acusados de serem patriotas demais, então são descartados pelo público brasileiro.Claro que sofremos muito nas mãos desses “capitalistas”, mas eles estão defendendo o povo deles, assim como defendemos o nosso (ou pelo menos deveríamos). E, no fundo, as histórias em quadrinhos estão enraizadas na cultura dos Estados Unidos da América, assim como os mangás estão na japonesa. Faz parte do universo deles, então devemos apreciar como uma forma de arte e entretenimento. E como todo bom leitor, entender os comentários patrióticos. Eles são um dos maiores produtores de quadrinhos do mundo, e sendo produzido lá, é claro que eles vão demonstrar o mundo na visão deles.
“O tempo não passa nas HQ’s, tudo vai voltar ao normal depois.”
Problemas de tempo existem em todas as HQ’s com muitos anos de publicação. É verdade que o Bruce Wayne tem mais de 70 anos, mas isso não quer dizer que ele deveria ter 70 anos nos quadrinhos. Primeiro porque, a DC já reiniciou o contagem cronológica mais de uma vez e segundo que, o tempo lá, não é igual ao daqui. A terceira, e mais importante é que, no fundo, o tempo não precisa fazer sentido, porque eles precisam agradar o público. Se é o Bruce Wayne que o público quer, é ele que terão. O tempo passou para todos os Robin: Dick, o primeiro, já foi Asa Noturna e hoje é (um dos) Batman, Tim é um jovem adulto. Mas não para o Bruce. E isso é ruim? Não, porque muitos gostam dele, oras. E isso vale para todos os personagens com mais de 30 anos de existência.E outra: as coisas acontecem na HQ’s. Tudo nem sempre volta ao normal. Alguns podem até reviver, voltar no tempo, recomeçar, mas as coisas são mutáveis. Senão, não existiriam problemas de cronologia.
“ISSO NÃO FAZ SENTIDO!”
Homens voando, super força, raios pelos olhos, velocidade da luz. Nada disso faz sentido. E mesmo que os roteiristas tentem se embasar na física e química, a maioria das habilidades dos heróis não poderiam acontecer no mundo real. Duas coisas: não é o mundo real, e você tem que pensar em que contexto o personagem foi criado.Muitos heróis nasceram entre as décadas de 30 e 70, época em que esses conhecimentos eram fechados a comunidade científica. E alguns deles nem sequer existiam. O Superman foi uma revolução, com poderes e habilidades fantásticas, isso em 1938. Ele foi criado para atraír o público, e não para fazer sentido. Mesmo o Dr. Manhattan não pode ser real, tanto quanto.
O Flash não sairia vivo da velocidade da luz; o Justiceiro faz coisas que homem nenhum faz, mesmo sendo “comum”; o Capitão Frio é um homem de origem miserável, que construiu armas para congelar sem estudos; o dinheiro do Batman não acaba nunca; quantas coisas sem explicação existem. Mas elas são interessantes, e dentro das histórias em quadrinhos, fazem algum sentido. Pelo menos um pouco.
“Isso é perda de tempo, arranje uma vida.”
Acho que a única explicação que eu posso dar é: diversão não é perda de tempo. Tem gente que se diverte na balada, tem gente que prefere acampar, ver seriados, ouvir música, eu gosto de ler quadrinhos. E nem por isso eu não vivo. Eu estudo, trabalho, tenho amigos e mesmo assim, não dispenso uma boa edição da Sociedade da Justiça. Acredito que crescer não é deixar de gostar de coisas do “universo infanto-juvenil”, e se for, serei uma eterna criança. Eu me emociono, me alegro, e no fundo me importo com o que vai acontecer. Não levo isso para a vida real, sei onde acaba a ficção, mas no fundo, eles fazem parte da minha vida.Então, pegue uma HQ que você gosta, sente e leia. Não tenha vergonha. Ela foi feita para você, um fã. Elas não são feitas para que tudo seja 100% real, elas são para divertir. Podem não ter sentido, podem te deixar muito nervoso (Eu tenho úlceras no estomago por causa de algumas edições tensas). As vezes elas agradam, as vezes não. Mas jamais pense que foi perda de tempo, pois elas cumpriram o papel delas, elas te deixaram entretido por um certo momento.
Um comentário:
Parabéns, belos argumentos
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