quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Demolidor de LEE a BENDIS


Primórdios
Os criadores do Demolidor foram Stan Lee e Bill Everett (este último criou Namor décadas antes), em 1964. O nome em inglês, Daredevil, não era tão inédito (outra editora teve um herói com esse nome nos anos 40) e um super-herói cego também não era uma grande inovação (o Doutor Meia-Noite da National [atual DC] só enxergava com o auxílio de óculos especiais), mas Stan Lee enxergou outras possibilidades decorrentes desse nome:
- Daredevil quer dizer "destemido", "ousado", "atrevido", "intrépido". Mas também é o nome dado a artistas circenses que desafiam as leis da física com suas acrobacias e manobras. Um acrobata cego obrigatoriamente seria um destemido!
- Além da providencial e sonora aliteração (DareDevil), ao pé da letra, quer dizer "demônio ousado". Daí os "chifres" do capuz do Demolidor! Frank Miller foi mais longe nesse aspecto, acrescentando uma dicotomia religiosa conflitante na psique do personagem.
A pincelada final foi transformá-lo em um advogado, que defendia a justiça. E como todos sabem, a justiça também é cega!
E para tornar o personagem mais "original", todos os seus sentidos compensariam a visão perdida, inclusive um novo sentido: o de radar!
Origem

Matthew Murdock era filho do boxeador Jack "Gladiador" Murdock. Com a mãe ausente, e morando no pobre bairro da Cozinha do Inferno, em Nova York, o jovem Matt idolatrava o pai e queria ser um boxeador também. Jack, porém, fez Matt prometer que estudaria para se tornar alguém na vida. Ao se tornar um "rato de livros", Matt se tornou presa fácil dos valentões da escola, que o chamavam ironicamente de "Demolidor". Para não apanhar mais, ele passou a treinar e se exercitar secretamente.
A vida dupla de Matt logo teria uma reviravolta, quando salvou um senhor idoso de ser atropelado por um caminhão. O jovem herói acabou sendo exposto a um tambor cheio de resíduo radioativo. O trágico acidente lhe tirou a visão. Mas lhe concedeu seus sentidos hiperaguçados e o sentido de radar!
A tragédia da infância de Matt ainda teria mais desdobramentos. Tempos depois, em fim de carreira, seu pai concordou em entregar uma luta para ganhar uma bolada para ajudar nos estudos de Matt. Porém, ao ver Matt presente no público que assistia à luta, Jack não quis envergonhar o filho e acabou vencendo. Esta vitória selou sua morte, ordenada pelo promotor da luta corrupto.

Mesmo cego, Matt continuou a treinar nesses anos todos. Sabendo de suas possibilidades, prometeu vingar a morte de seu pai. Em seu confronto com o mandante do crime, este morreu de ataque cardíaco.
Sendo estudante de direito, Matt interpretou o fato como justiça e, vestindo um uniforme de luta, assumindo o irônico apelido da infância e adaptando uma bengala com uma corda extensível, tornou-se o Demolidor, promovendo a justiça quando a lei não agia.
Após montar seu escritório de advocacia com o eterno colega Foggy Nelson, o Demolidor passou a perseguir a justiça em duas frentes: nos tribunais e nas ruas.
Anos 60
Apesar de o Demolidor protagonizar uma história contra criminosos comuns em sua origem, logo no número 2 da revista, ele já entrava no esquema geral dos super-heróis, enfrentando supervilões e até ameaças cósmicas. Refletindo essa mudança, aposentou-se o uniforme de lutador e adotou-se um uniforme mais colante. As primeiras aventuras tinham um tom mais sério, mas, talvez por influência das histórias do Aranha, o conteúdo logo passou a ser mais leve e divertido. Isso se refletiu inclusive na tosca galeria de vilões que o Demolidor ganhou.
Dentro desse espírito brincalhão, ocorreram situações esdrúxulas, como quando Foggy e a secretária/namorada Karen Page começaram a desconfiar da dupla identidade de Matt. Para despistá-los, Matt criou uma terceira personalidade: seu irmão gêmeo Mike Murdock, com índole e hábitos totalmente opostos!
Anos 70
Os anos 70 foram a prova de fogo para o Demolidor. Perdido e descaracterizado entre histórias tolas ou inimigos alienígenas (por um tempo Matt Murdock inclusive recuperou sua visão, graças à Serpente da Lua), o personagem atraía cada vez menos os leitores. Para tentar agitar a monotonia, o Demolidor mudou para San Francisco e assumiu uma longa parceria no combate ao crime com sua namorada, a Viúva Negra (cuja série, na revista Amazing Adventures, tinha sido cancelada há pouco tempo).
Após a revista se tornar bimestral e ficar à beira do cancelamento, surgiu o desenhista que salvou e revolucionou o personagem: Frank Miller.
Anos 80
Miller logo foi promovido a roteirista e a revista se tornou um sucesso. Além da linguagem visual extremamente cinematográfica dos desenhos de Miller, toda a fórmula das histórias do Demolidor sofreu uma revolução: o Demolidor rompe com a Viúva Negra, volta para Nova York e passa a enfrentar o crime organizado e inimigos mais humanos; sai o tom leve e despretensioso, e entra um clima sombrio, limítrofe e ambíguo - a justiça, por ser cega, atinge a todos, mas nem sempre de modo exatamente justo; o próprio herói se debatia entre dilemas éticos e morais, e com isso se tornara mais violento - seus inimigos também se tornaram mais ameaçadores e letais. Devido à grande influência que Miller tem da cultura japonesa, elementos de ninjas e sociedades secretas se encaixam como uma luva. Agora, sim!
O Rei do Crime, grande inimigo do Aranha, torna-se o arquiinimigo do Demolidor e tem a cidade de Nova York nas mãos, graças a seus tentáculos no submundo. O ponto alto dessa fase é a saga de Elektra, em que a famosa mercenária que mantém uma relação de amor e ódio com Matt Murdock surge como um contraponto amoral aos ideais de justiça do herói. A morte e a busca pela ressurreição de Elektra e o confronto climático com o Mercenário são pontos altos de toda a cronologia do Demolidor.
Miller se tornou um superstar e foi desenvolver outros projetos na DC. Após a frustrada tentativa de ressuscitar Elektra (Matt não sabia que ela havia voltado da morte mesmo), o Demolidor continua com sua nova atitude e prossegue com o combate ao crime organizado. Até Frank Miller voltar para um arco de sete edições (A Queda de Murdock), desenhado do David Mazzucchelli. Elevando os aspectos sombrio e violento do personagem a um novo patamar, revela-se que a agora degradada Karen Page vende a identidade secreta do Demolidor para o Rei do Crime, que arruína a carreira de Murdock em represália.
Com a licença de advogado cassada, sem dinheiro e com o nome sujo após os últimos eventos, Matt Murdock passa a advogar clandestinamente e por caridade na Cozinha do Inferno, até que resolve deixar Nova York em uma viagem de autoconhecimento pelo interior dos Estados Unidos. Nesse período, o senso de justiça do Demolidor atrai a atenção de Mefisto, o senhor do Inferno, e seu filho Coração Negro.
Apesar do clímax dessa fase ter sido um impasse no Inferno, as histórias do Demolidor não foram comprometidas em qualidade. Na verdade, representam a revigoração da fé de Murdock em si mesmo. A década termina com o retorno a Nova York.
Anos 90
Para evitar que o Rei do Crime ataque novamente, Matt Murdock simula sua morte usando o corpo da Contraparte Demoníaca. Assume uma nova identidade: Jack Gladiador e começa a lavar pratos em espeluncas na Cozinha do Inferno. À noite, porém, o Demolidor continua em cena. Mas para enganar o Rei do Crime (que conhecia sua identidade), muda o uniforme (terceiro uniforme), em concordância com a farsa de sua morte. O "novo" Demolidor se mete em conspirações de espionagem, enfrenta guerras de gangues e reencontra novamente Elektra. Também planeja sua vingança contra o Rei do Crime, que finalmente acontece, com a derrocada de seu império do crime. Com essa vitória, Murdock resolve retomar sua identidade.
No final de 1998, o título Daredevil é CANCELADO! Calma... o título recomeça do número 1 em um novo selo mais "audacioso" da Marvel: Marvel Knights. O primeiro arco, escrito por Kevin Smith e desenhado por Joe Quesada, termina com a morte de Karen Page. As histórias do personagem subiam ainda a um novo patamar quanto ao conteúdo denso.
Anos 2000
Com a chegada do premiado roteirista Brian Michael Bendis, as histórias do Demolidor se embrenham nos meandros do submundo do crime organizado como nunca antes. A identidade do Demolidor finalmente vem a público. E Matt Murdock é forçado a transgredir os limites de sua preciosa justiça para derrotar seus inimigos.
Este é o novo patamar de que falamos no final dos anos 90. Os dilemas éticos e morais do personagem estão superados. A justiça tem de ser feita a todo custo - não importa se precisa ser transgredida para isso!
Principais paixões e vilões
Dizem que um homem é medido por seus amores e inimigos. O Homem sem Medo teve muitos amores e inimigos até hoje. Nem todos foram grandes personagens, mas com certeza ficaram marcados por suas participações na carreira do herói.

Não faremos um levantamento extenso. Apenas de quem marcou ou participou de fatos que já citamos.
NAMOROS SÉRIOS E FLERTES
  • Glorianna O'Breen. Fotógrafa irlandesa, foi morta por um agente renegado do Rei do Crime.
  • Heather Glenn. Filha de um industrial, suicidou-se após romper com Matt.
  • Karen Page. A relação mais duradoura, Karen começou como secretária do escritório de advocacia e evoluiu para namorada oficial. Depois de um período desaparecida, quando se envolveu com pornografia e drogas, Karen vendeu a identidade secreta do Demolidor para o Rei do Crime. Recuperada, tornou-se ativista contra pornografia. Foi morta pelo Mercenário.
  • Número Nove (Number Nine). Durante a fase em que o Demolidor percorreu o interior dos EUA, Número Nove acompanhou o grupo. Uma mulher geneticamente engendrada para ser a esposa ideal (tanto física quanto psiquicamente), seu paradeiro se tornou desconhecido após o impasse no Inferno. Possuía alto grau de regeneração.
  • Víuva Negra (Natasha Romanov). Ex-espiã soviética altamente treinada, pediu asilo aos Estados Unidos e se juntou aos Vingadores. Namorou Matt Murdock por um longo tempo, incluindo a fase em San Francisco, quando se tornou sua parceira no combate ao crime.
ENTRE O AMOR E O ÓDIO
  • Eco (Maya Lopez). Dançarina e pianista surda, também se tornou uma assassina graças a seus reflexos fotográficos. O ódio ao Demolidor foi incutido pelo Rei do Crime.
  • Elektra (Elektra Natchios). Namorada de Matt na faculdade, teve seu pai morto em um seqüestro político. Elektra se tornou uma hábil e letal mercenária, até que se envolveu com o Rei do Crime e o Tentáculo, quando reencontrou Matt, agora como Demolidor. Assassinada pelo Mercenário, foi posteriormente ressuscitada em cerimônia mística.
  • Mary Tyfoid (Mary Walker). Nos primórdios de sua carreira, o Demolidor ficou frustrado por ter aparentemente matado uma prostituta por acidente em um confronto com criminosos. Essa prostituta sobreviveu, mas ficou com um sério distúrbio de personalidade dupla: a frágil Mary contra a amoral Mary Tyfoid.
DOS MAIS TOSCOS AOS MAIS LETAIS
  • Arauto da Morte (Phillip Sterling). Nascido em família abastada, usava uma máquina de teleporte em seus crimes. Após uma explosão, passou a ficar intangível. Morreu ao se solidificar em uma lápide.
  • Bazuca (? Simpson). Supersoldado com nível de força acima do normal, provavelmente decorrente de pílulas especiais. Atacou a Cozinha do Inferno e acabou morrendo.
  • Bullet. Ex-agente da CIA, com nível de força acima do normal. Atua como mercenário.
  • Coração Negro. Filho de Mefisto, procurava formar seu próprio domínio infernal. Uniu-se ao Clube do Inferno após ficar preso por um encantamento ao prédio dessa entidade.
  • Coruja (Leland Owlsley). Chefão do crime que usava originalmente um soro que lhe permitia flutuar, além de garras metálicas. Posteriormente, sofreu mutações inexplicadas para ficar mais "aviário" e acabou preso em uma dimensão infernal, junto com Mocassino.
  • Entidade Infernal. Duplicata do Demolidor criada por Magus durante o crossover Guerra Infinita. Morreu personificando Matt Murdock.
  • Gladiador. Houve dois Gladiadores: o primeiro (Melvin Potter) se regenerou e se tornou alfaiate. O segundo foi engolido pela dimensão infernal, junto com Mocassino. Ambos tinham distúrbios ilusórios, e acreditavam ser gladiadores romanos.
  • Guerrilheiro. Ex-agente da CIA, tornou-se um caçador de mutantes. Seu braço direito pode se transformar em um rifle, graças a um implante cibernético.
  • HIDRA. Grupo subversivo internacional, arquiinimigo da SHIELD, e formado por antigos nazistas.
  • Homem-Púrpura (Zebediah Killgrave). Ex-espião iugoslavo, foi alterado artificialmente para que seus feromônios tornassem quem respirasse sugestivo a comandos vocais. O Homem-Púrpura já morreu uma vez, mas como controla quem quiser, isso aparentemente foi uma ilusão.
  • Homem-Sapo (Vincent Colorito Pattilio). Antigo vilão que saltava graças a molas hi-tech. Está aposentado, mas seu filho quer ser super-herói com o antigo uniforme.
  • Justiceiro (Frank Castle). Ora inimigo, ora aliado do Demolidor, o Justiceiro é um veterano da Guerra do Vietnã que teve a família assassinada em um fogo-cruzado entre bandos do crime organizado. Jurou vingar a família matando todos os bandidos.
  • Maggia. É a correspondente da Máfia italiana na Marvel.
  • Mercenário (Ben Poindexter). Mercenário que consegue transformar qualquer coisa em arma fatal, além de ter uma pontaria infalível. Após matar Elektra, ficou tetraplégico ao enfrentar o Demolidor. Recuperou sua capacidade após um tratamento com adamantium, que tornou seus ossos inquebráveis.
  • Metalóide (Wilbur Day). Wilbur desenvolveu um par de "pernas de pau" extensíveis hidráulicas. Além desse equipamento, também usa uma pistola de gás. Foi engolido pela dimensão infernal, junto com Mocassino.
  • Mocassino (Lawrence Chesney). Inspirado em um fictício herói de pulps (um misto de Sombra e Doc Savage), Chesney desenvolveu uma armadura que lhe concedia nível de força aumentado e invulnerabilidade a balas, mas voltou-se para o crime. Morreu eletrocutado e depois voltou como um agente infernal, com poderes demoníacos. Ficou preso na dimensão infernal.
  • Polichinelo (Jonathan Powers). Ex-ator shakespeareano, Powers voltou-se para o crime, usando armas insólitas como io-iôs e bolas de gude. Está aparentemente regenerado.
  • Rei do Crime (Wilson Fisk). Maior chefe do submundo de Nova York. Suas atividades alcançam o mundo todo.
  • Senhor Hyde (Calvin Szabo). O dr. Szabo descobriu que a fórmula biotransformadora do livro O Médico e o Monstro realmente funcionava, e se tornou a versão real do monstruoso e superforte Hyde.
  • Senhor Medo. Houve quatro Senhores Medo até hoje, que usavam pistolas de gás do medo e hovercrafts aéreos. Um deles se tornou Mecanus (atual inimigo do Capitão América). O último deles chama-se Alan Fagan. Mas de alguma forma, esse equipamento está sendo usado pela vilã Insônia.
  • Tentáculo. Culto maligno de ninjas, que surgiu como desmembramento da divisão japonesa da Hydra. Recebe energias místicas da entidade Besta-Fera. Tem uma ligação com a Yakuza.
  • Trio Profano. Dissidentes dos Ani-Men, grupo de indivíduos alterados artificialmente pela Maggia para ganharem poderes animais. O trio é composto de Homem-Gorila, Homem-Pássaro e Homem-Gato. Já houve dois Homens-Pássaro, ambos mortos.
Principais autores e artistas
Stan Lee: O criador do personagem, introduziu dois dos seus maiores coaduvantes, Frankiln "Foggy" Nelson e Karen Page. Stan colocava o Demolidor como um acrobata que fazia piadinhas enquanto enfrentava vilões como o Senhor Medo, o Polichinelo, os Executores e o Matador. Basicamente, era um Homem-Aranha sem os grandes poderes.
Bill Everett: Criador de Namor, o Príncipe Submarino, Everett assumiu a tarefa de criar o visual de Matt Murdock. Ele apenas ilustrou o primeiro número, mas está creditado como co-criador do Homem sem Medo.
Gene Colan: Com sua arte vibrante e cheia de sombras e contrastes, Gene Colan foi o artista mais importante do personagem, que não possuía desenhistas fixos até então. Cenas de luta em estilo noir, layouts dinâmicos marcaram as fases desse desenhista pelo personagem. Colan desenhou o personagem nos anos 60 e depois voltou por um breve período nos anos 90, ilutsrando as histórias de Joe Kelly.
Marv Wolfman: Considerado um sucesso pela série Tomb of Dracula, Wolfman entra pro hall da fama por criar um dos mais mortíferos e significantes adversários do Demolidor; o Mercenário, que chegou a ser usado no primeiro filme do herói.
Frank Miller: O maior e mais influente criador a assumir o título. Inicialmente, Miller apenas ilustrava, mas seus excelentes desenhos e sua atmosfera sombria retiraram o estigma do personagem de ser uma cópia de segunda do Homem-Aranha e evitaram que seu título seja cancelado. Miller, após alguns números, se desentendeu com o então roteirista Roger McKenzie e assumiu sozinho os roteiros e a arte, fato incomum para a época, em 1979. Miller então terminou com os supervilões e passou a colocar o Demolidor em um novo contexto, mais voltado ao crime organizado e aos bandidos de rua. Criou outra personagem extremamente influente, a sensual Elektra, aproveitou todo o potencial do Rei do Crime, na época um bandido menor do Aranha, criou o Tentáculo, e voltou a jogar o Mercenário como potencial ameaça.
O Demolidor então passou a se tornar um título classe A da Marvel e a influência de Frank Miller no título eclipsou e eclipsa até hoje todas as versões que se seguiram. Miller retornou ao título mas uma vez pra contar a história definitiva da derrocada do personagem, "Born Again", intitulada no Brasil "A Queda de Murdock". Outras obras de Miller com o personagem foram Homem sem Medo(mini-série em 5 edições que reconta a origem do herói), Amor e Guerra (graphic novel em parceria com Bill Sienkiewicz) e Elektra Vive, onde começou a usar seu estilo mais atual de desenho.
David Mazzuchelli: Após a primeira saída de Miller do título, o editor Denny O'neil assumiu o título, o que se provou ser uma dantesca tarefa, mas ele se pareou com o excelente David Mazzuchelli, cujo estilo lembrava Miller. Com seu storytelling, senso de design e uso de contrastes, Mazzuchelli permaneceu no título mesmo quando O'Neil não estava á frente dos roteiros e ainda provocou o retorno de Miller ao título para "A Queda de Murdock", pois este queria trabalhar com Mazzuchelli.
Ann Nocenti: Nocenti assumiu o título um tempo após a Queda de Murdock, e mudou o foco das histórias para mais metafísica e psicologia, criou a assassina esquizofrênica Mary Tyfoid e tornou a vida do Demolidor um inferno, literalmente. A arte, em sua maioria, ficou por conta do brilhante John Romita Jr, que experimentou uma mudança de estilo no qual usa até hoje.
Dan G. Chichester: O escritor que assumiu após Nocenti trouxe de volta as histórias mais policiais. Chichester criou histórias marcantes como a Queda do Rei e Caindo em Desgraça, onde basicamente usou muitos dos conceitos deixados por Miller, reviveu Elektra, deu ao herói um novo uniforme (moda nos anos 90), trouxe de volta os Virtuosos, o Tentáculo, derrubou o Rei do Crime e acabou com a identidade de Matt Murdock, botando o foco no Demolidor como um guerrilheiro. A arte ficou por conta de Lee Weeks, inicialmente e depois Scott McDaniel, que tinha reminescências de Joe Quesada e Frank Miller.
Karl Kesel: Cansado dos rumos sombrios que o título havia tomado, Kesel assumiu o título colocando mais humor nas histórias, trazendo de volta Matt Murdock como identidade do herói, reestabelecendo Karen Page, enfatizando o nome "Daredevil" (ousado, intrépido, audaz) e botando supervilões de volta à série. A nova abordagem, ilustrada por Cary Nord, teve um relativo sucesso, mas Kesel não permaneceu muito tempo no título, sendo substuído por Joe Kelly, que não teve um desempenho tão bom.
Kevin Smith e Joe Quesada: Querendo alavancar as vendas de seus títulos, a Marvel contratou os artistas Joe Quesada e Jimmy Palmiotti para juntos assumirem a edição de uma linha mais refinada, que viria a ser chamada de Marvel Knights. Entre esses títulos, estava o do Demolidor. Mais que depressa ambos tomaram as rédeas da arte e chamaram o cineasta Kevin Smith, responsável por filmes como O Balconista, Dogma e Procura-se Amy. Enfocando mais no aspecto religioso do herói, a nova equipe criativa alçou as vendas do título à estratosfera e fizeram mudanças significativas, como matar Karen, mesmo em apenas 8 edições. Quesada permanceu no título mais alguns números, e Smith está elaborando uma mini-série chamada Target.
Brian Michael Bendis: escritor do herói por uma longa fase, faria apenas um arco após seu amigo David Mack, que iria ilustrar. Nesse meio tempo, como a revista atrasava, Bendis sugeriu uma mini, Daredevil Ninja. A boa aceitação de ambas histórias e a ascensão de Bendis dentro da Marvel como superstar, por causa do megasucesso Ultimate Spider-Man, garantiu a ele e ao ilustrador búlgaro Alex Maleev o título do Homem-sem -medo.

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