Por Milena - GHQ
Em 2011, o FIQ – Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte, provou por A + B porque é o maior e melhor evento da arte sequencial, no Brasil e na América Latina. Com mais de 50 expositores, 13 convidados internacionais e 35 convidados nacionais, fora os artistas da casa, a sétima edição do FIQ voltou a ter como sede a acolhedora Serraria Souza Pinto, que literalmente ferveu durante cinco dias.
O recorde de público, 148 mil pessoas, não me deixa mentir. Quem foi, teve oportunidade de não apenas pegar autógrafo, mas conversar com os artistas e também conseguir alguns sketches. Todos muitíssimos simpáticos e atenciosos com os fãs e com a imprensa, tanto os brasileiros quanto os estrangeiros, não importando o status e a genialidade icônica que seus trabalhos carregam.
A novidade desse ano ficou por conta das inúmeras atividades que aconteciam, algumas concomitantes, e a necessidade de pegar ficha para entrar na Arena Carlos Trillo e na Praça Sergio Bonelli. As oficinas e as avaliações de portfólio foram ampliadas, não ficando restritas ao mercado norte-americano, mas oferecendo oportunidade aos desenhistas de mostrar seus trabalhos às agências Komacon (sul coreana) e Tomato Farm (europeia).
Nos estandes, tivemos pela primeira vez a representação de quadrinistas nordestinos, com o Quadro a Quadro (Bahia/Ceará) e a República dos Quadrinhos (Rio Grande do Norte), bem como de editoras como a Nemo e a Balão Editorial, com a Cia. das Letras marcando presença, mas ainda sem estande próprio, preferindo fazer parceria com a Leitura Savassi, a Itiban Comics e a Comix.
As historietas argentinas e álbuns espanhóis também ganharam vez no estande do Instituto Cervantes de BH. Lá, podíamos ver El Loco Chaves, Mort Cinder, Boogie el aceitoso, El Eternauta completo e encadernado, Cuttlas, entre outros, e adquirir algumas edições de Cuttlas e do Caderno de Esboços, recém-lançado pelo mestre Horacio Altuna. E foi por intermédio do Instituto Cervantes que vieram ao FIQ Altuna e Calpurnio.
Fazer história em um FIQ histórico é para poucos. Quem diria que o financiamento colaborativo (o crowdfunding) iria ajudar a publicar uma das melhores graphic novels nacionais dos últimos tempos, a Achados e Perdidos, com direito à trilha sonora exclusiva? E estavam lá os autores, Eduardo Damasceno, Felipe Garrocho e Bruno Ito, no estande do Pandemônio, fazendo a entrega aos “patrocinadores” e vendendo a quem ainda não a conhecia.
E essa foi a edição mais interativa do FIQ. Além dos murais nos quais todos (artistas e público) podiam desenhar, estava sendo produzida uma edição especial da revista Graffiti 76% Quadrinhos, a Graffiti 21, com direito a capa do Bill Sienkiewicz (olha o luxo). Tinha também a Carol, que abordava desenhistas e roteiristas para desenhar/escrever algo com o tema “jacaré”. Até eu participei da brincadeira e fiz uma quadra pra ela (além de roteirista, sou poeta, uai).
No próximo texto vou contar um pouco sobre as mesas-redondas e entrevistas que conferi.
GALERIA:
A fila começava a se formar na porta da Serraria Souza Pinto
Beto Potyguara e eu no estande da República dos Quadrinhos
Estariam Gabriel Bá e Fernando Gonzales ensaiando uma coreografia?
A Band Rede Minas entrevistando Beto Potyguara
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