Aú enfrenta piratas no mistério de um navio afundado na Baía de Todos-os-Santos
Via A TARDE
Residente em São Paulo há quase dez anos, o cartunista baiano Flávio
Luiz teve de recorrer ao crowdfunding para conseguir lançar seu novo
álbum de HQ, Aú, o Capoeirista e o Fantasma do Farol (Papel A2).
Estrelada pelo jovem e heroico lutador baiano criado por Flávio, o
capoeirista Aú, a HQ dá continuidade às aventuras do personagem,
iniciadas no álbum Aú, O Capoeirista (2008).
Recebido com aplausos da crítica, aquele primeiro álbum foi adotado e recomendado em um projeto de reforço escolar pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. O resultado se refletiu nos quase nove mil exemplares vendidos.
Recebido com aplausos da crítica, aquele primeiro álbum foi adotado e recomendado em um projeto de reforço escolar pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. O resultado se refletiu nos quase nove mil exemplares vendidos.
Mesmo assim, Flávio conta que nenhuma editora se animou em lançar a
segunda aventura do capoeirista. "Passei mais de um ano com a carta da
Lei Rouanet (que dá a possibilidade de destinar o que se paga de
imposto de renda para viabilizar projetos culturais) e não achei quem se
interessasse", diz.
"Ou melhor: até achei, mas que, além da isenção, queria também participação nos 'lucros', interferência no processo criativo, mudanças ideológicas e etc. Me reservei o direito de declinar", acrescenta Flávio.
Sujeito teimoso, que não desiste facilmente, Flávio partiu para o financiamento coletivo na plataforma Kickante.
"Como não abri mão de manter a qualidade gráfica do primeiro álbum (capa dura, papel cuchê), tive que reduzir a tiragem e secar o projeto ao máximo, sem direcionar verba para custos de criação ou assessoria de imprensa", relata.
"Ou melhor: até achei, mas que, além da isenção, queria também participação nos 'lucros', interferência no processo criativo, mudanças ideológicas e etc. Me reservei o direito de declinar", acrescenta Flávio.
Sujeito teimoso, que não desiste facilmente, Flávio partiu para o financiamento coletivo na plataforma Kickante.
"Como não abri mão de manter a qualidade gráfica do primeiro álbum (capa dura, papel cuchê), tive que reduzir a tiragem e secar o projeto ao máximo, sem direcionar verba para custos de criação ou assessoria de imprensa", relata.
"Foi só custo de impressão, revisão do texto e correios para os
colaboradores. E, ainda assim, tive que negociar quase metade do que
precisava arrecadar em permuta para serviços de publicidade, como
mascotes, marcas e storyboards", diz.
O sacrifício valeu: o álbum saiu e mantém o "padrão Flávio Luiz de qualidade", com desenhos de encher os olhos e uma aventura vibrante para todas as idades, ambientada na Bahia.
O sacrifício valeu: o álbum saiu e mantém o "padrão Flávio Luiz de qualidade", com desenhos de encher os olhos e uma aventura vibrante para todas as idades, ambientada na Bahia.
Do Farol à Praia do Forte
Na HQ, Aú, seu melhor amigo Dó e o mico Licuri se envolvem no mistério
que cerca o naufrágio de uma caravela, afundada por piratas em plena
Baía de Todos os Santos.
Nos dias de hoje, quando Aú visita uma exposição no Museu Náutico (no Farol da Barra), acaba embarcando em uma aventura que o põe frente a frente com bandidos, nas ruínas de um casarão na Praia do Forte.
"Minha inspiração vem sempre do que me foi marcante na infância. Desenhos animados como Scooby-Doo, Johnny Quest e álbuns europeus de quadrinhos como Asterix e Spirou", conta Flávio.
"Tentei dar uma valorizada num detalhamento mais trabalhado da arte, caprichar na retratação das locações familiares a quem vive em Salvador e, claro, mantendo uma licença poética em alguns casos, para ter liberdade de contar a história nesses locais", detalha.
Nos dias de hoje, quando Aú visita uma exposição no Museu Náutico (no Farol da Barra), acaba embarcando em uma aventura que o põe frente a frente com bandidos, nas ruínas de um casarão na Praia do Forte.
"Minha inspiração vem sempre do que me foi marcante na infância. Desenhos animados como Scooby-Doo, Johnny Quest e álbuns europeus de quadrinhos como Asterix e Spirou", conta Flávio.
"Tentei dar uma valorizada num detalhamento mais trabalhado da arte, caprichar na retratação das locações familiares a quem vive em Salvador e, claro, mantendo uma licença poética em alguns casos, para ter liberdade de contar a história nesses locais", detalha.
Com o livro lançado em São Paulo, Flávio prevê que só poderá vir a
Salvador fazer uma tarde de autógrafos mais para o fim do ano: "Acho que
só em dezembro, mesmo", lamenta.
Agora ele já pensa em um terceiro álbum para o personagem, bem como outros lançamentos de sua produção de quadrinhos: "Tenho a esperança de lançar ainda vários números. Quanto mais fácil conseguir apoio e patrocínio, mais rápido entre um número e outro terei como dar conta e apresentar uma nova aventura", afirma.
"Antes, quero ver se consigo, para 2015, lançar um livro da (série de tiras) Rota 66, com o melhor dos quatro anos que publiquei em um jornal de Salvador, no começo dos anos 2000. Também já tenho um roteiro para um álbum d'O Cabra 2. Mas, dessa vez, só tendo editoras interessadas", conclui.
Agora ele já pensa em um terceiro álbum para o personagem, bem como outros lançamentos de sua produção de quadrinhos: "Tenho a esperança de lançar ainda vários números. Quanto mais fácil conseguir apoio e patrocínio, mais rápido entre um número e outro terei como dar conta e apresentar uma nova aventura", afirma.
"Antes, quero ver se consigo, para 2015, lançar um livro da (série de tiras) Rota 66, com o melhor dos quatro anos que publiquei em um jornal de Salvador, no começo dos anos 2000. Também já tenho um roteiro para um álbum d'O Cabra 2. Mas, dessa vez, só tendo editoras interessadas", conclui.
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