Por André Morelli - UHQ
Desde o lançamento do primeiro Homem de Ferro, em 2008, o público tem acompanhado a ousada iniciativa da Marvel Studios em criar filmes ligados uns aos outros, da mesma forma que suas revistas em quadrinhos. E o objetivo final do projeto nunca foi segredo: reunir seus protagonistas em um longa-metragem dos Vingadores.
Desde o lançamento do primeiro Homem de Ferro, em 2008, o público tem acompanhado a ousada iniciativa da Marvel Studios em criar filmes ligados uns aos outros, da mesma forma que suas revistas em quadrinhos. E o objetivo final do projeto nunca foi segredo: reunir seus protagonistas em um longa-metragem dos Vingadores.
Em uma jogada de mestre, os heróis da editora foram apresentados ao grande público em produções solo, ao mesmo tempo em que pequenos elementos de cada filme preparavam o terreno para a chegada da superequipe.
Então, quatro anos e cinco longas-metragens depois, chega aos cinemas o aguardado filme Os Vingadores, numa temporada de concorrentes pesos-pesados, como o reboot do Homem-Aranha e a conclusão da trilogia do Batman, dirigida por Christopher Nolan.
Sob a direção do competente Joss Whedon, que também assina o roteiro da produção, Robert Downey Jr. (Homem de Ferro), Chris Evans (Capitão América) e Chris Hemsworth (Thor) voltam a vestir seus uniformes. A única baixa vai para Edward Norton, o Bruce Banner de O Incrível Hulk, que não retornou ao papel devido a problemas com os produtores. Em seu lugar, foi escalado Mark Ruffalo, em um trabalho que presta homenagem ao Doutor Banner interpretado por Bill Bixby no seriado de TV do Gigante Esmeralda. E para os fãs da série, outro presente é a presença de Lou Ferrigno como a voz do Hulk.
O filme também marca o retorno do diretor da Shield Nick Fury (Samuel L. Jackson) e seus agentes Gavião Arqueiro (Jeremy Renner) e Viúva Negra (Scarlett Johansson).
Acostumado a trabalhar em histórias com muitos personagens, como a série de TV Buffy, Whedon conseguiu encontrar espaço no filme para todos os personagens sem poderes. Até mesmo o agente Coulson (Clark Gregg) e a novata Maria Hill (Cobie Smulders), o braço direito de Fury na direção da Shield, tem seus momentos de destaque na trama.
Mas tantos cuidados não teriam válido o esforço se o longa não entregasse o que prometia. E não resta dúvidas, Os Vingadores se mostra uma produção à altura da importância da equipe nos quadrinhos e da expectativa dos fãs dos filmes da Marvel.
A produção consegue unir de forma coesa elementos da primeira HQ da equipe de 1963, em que Loki se torna responsável pela união dos heróis, com a origem dos Supremos, a versão atualizada da equipe, de 2002, em que os uniformizados são reunidos pela Shield para enfrentar a ameaça de uma invasão alienígena.
Mas o roteiro de Whedon não se limita a reproduzir trechos de aventuras já escritas. A trama apresenta diversos elementos novos e uma ameaça revelada na já tradicional cena pós-créditos que simplesmente vai levar à loucura os leitores veteranos de quadrinhos.
Um grande mérito da produção foi não ter medo de lidar com os clichês do gênero. Porque todo leitor de quadrinhos de super-heróis sabe que, quando dois personagens se encontram, eles primeiro devem lutar entre si para depois chegarem a um acordo e trabalharem em equipe.
E durante todo o longa-metragem, os constantes combates físicos e verbais entre os membros do grupo podem até levar parte do público a pensar se os Vingadores realmente serão capazes de cumprir sua missão sem matar uns aos outros.
Nessa tensão reside um dos maiores trunfos doUniverso Marvel: a humanidade de seus heróis. Pessoas de temperamento forte e diferentes visões de mundo, capazes de cometer erros e, ao mesmo tempo, praticar os mais nobres atos de heroísmo.
Seguindo esse raciocínio, as incríveis cenas de ação do filme são de encher os olhos, mas o grande destaque da produção está em seus personagens e na química entre o elenco. Cada vez mais à vontade como Tony Stark, Robert Downey Jr. disputa a vaga de melhor ator com o inglês Tom Hiddleston, numa interpretação que faz justiça ao título como Loki é conhecido nos quadrinhos, o Deus da trapaça e da intriga.
Mas quem rouba a cena em todas as suas aparições é o Hulk, uma criação em computação gráfica "interpretada" por Mark Ruffalo com a mesma técnica de captura de movimentos usada em Avatar. E, sem nenhum exagero, se nas outras duas adaptações do "verdão" para o cinema foram cometidos alguns deslizes, em Os Vingadores a produção acertou em cheio - a participação do personagem é épica.
Se existe alguma crítica a ser feita ao filme é a sua cronologia: uma pessoa que não tenha assistido a Homem de Ferro 2, Thor e Capitão América pode ficar um pouco perdida no meio de uma história com tantos fatos interligados. Mas que isso sirva como um convite para uma divertida sessão de DVDs com todos esses filmes, antes ou depois de ver os maiores heróis da Terra nos cinemas.
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