Por Milena Azevedo - GHQ
Não é uma peça teatral, não é um show acrobático nem de mágica… é um espetáculo que mistura tudo isso, trazendo ao público uma experiência inovadora no ramo do entretenimento.
Batman Live – World Arena Tour teve início em julho de 2011, na cidade de Manchester, no Reino Unido, e chegou ao Brasil para apresentações em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, durante todo o mês de abril. Com ingressos que iam de R$ 80,00 até R$ 230,00.
Tive oportunidade de conferir a apresentação na manhã do dia 22 de abril, no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. Muitos pais com seus filhos a tira colo, alguns fantasiados de outros heróis, como Superman e Capitão América, esperavam para ver a história que recontava o surgimento do Batman e do Robin, enfrentando o Coringa e um punhado de vilões.
Com duas horas de show, sendo separadas por um intervalo de vinte minutos, somos apresentados aos sons, aos prédios e aos bandidos de rua de Gotham City, com os atores fazendo um playback dublado em português de suas falas originais. Vemos o casal Wayne saindo do cinema com seu filho Bruce, após mais uma sessão de Zorro. Um ladrão os aborda. Thomas defende Martha, um tiro é disparado. Depois outro. O menino ajoelhado no chão chora por seus pais mortos. O menino cresce sob os cuidados do mordomo da família, Alfred Pennyworth, e cria seu alter-ego, o Batman.
No Circo Haley, John Grayson é ameaçado por Tony Zucco, antes do início de seu número no trapézio. Seu filho Dick escuta tudo às escondidas. No final da apresentação dos Graysons Voadores, um acidente acontece. Dick vê seus pais sendo mortos. Bruce Wayne estava na plateia. O Comissário Gordon é acionado. Gordon convence Bruce a cuidar do órfão adolescente. Dick é levado à Mansão Wayne e conhece Alfred.
Enquanto a Mulher-gato tenta furtar um artefato precioso, Batman entra em cena, pela primeira vez.
Pinguim apresenta as atrações de seu clube noturno. Os vilões se encontram por lá para tramar um plano para tomar Gotham de assalto e acabar com aquele novo herói intrometido.
Dick volta ao circo e é capturado pela Arlequina, que o leva até o Coringa. Batman e Dick enfrentam o Coringa, que consegue fugir.
Dick descobre que Bruce é Batman, conhece a Batcaverna e deseja ajudá-lo na luta contra o crime. Bruce é contra. Batman recebe o alerta sobre uma revolta de presos no Asilo Arkham. Segue com o Batmóvel até lá.
No Arkham, Batman é vítima dos pesadelos de um Espantalho gigante e se deixa capturar pela Hera Venenosa. Com ajuda da Mulher-Gato, que lhe aplica o antídoto contra o gás do Espantalho, soltando-lhe das correntes, Batman luta com todos os vilões. E recebe ajuda de Dick Grayson, agora paramentado como Robin. A Mulher-gato volta a ajudá-los. E quando o Coringa pensa que vai fugir novamente, a Arlequina, descobrindo-se traída por ele, atira com sua bazuca no balão do palhaço.
A paz volta a reinar momentaneamente em Gotham, que passa a contar com a Dupla Dinâmica para lhe proteger.
O argumento do show é de Stan Berkowitz, Allan Burnett e Allan Heinberg, sendo esse último o autor do roteiro. Como vocês puderam ver na descrição que fiz acima, a trama tem como base as histórias de origens da Dupla Dinâmica, escritas por Bob Kane e Bill Finger, tomando algumas licenças poéticas, principalmente na parte dos vilões, ao misturar Coringa, Charada, Mulher-Gato, Pinguim, Duas-Caras, Espantalho, Hera Venenosa e Arlequina.
Contando com uma equipe de mais de sessenta pessoas, Batman Live é um show áudio visual magnífico, com produção caprichadíssima. Cada cenário (com desenhos de Jim Lee) é projetado na tela ao fundo do palco, em formato de morcego, e ao final de cada ato vemos páginas de quadrinhos na tela, com a câmera dando zoom-in nos últimos quadros da página, encerrando com um fade-out.
Cada cenário tem uma cor predominante, ligando-o à personagem principal da cena. Assim, o Circo Haley é de um vermelho intenso (capa dos Grayson Voadores e jaqueta de Dick), o circo do Coringa é roxo e verde, a boite do Pinguim tem fumaça de gelo seco e neons azuis, o Arkham tem suas paredes cobertas por trepadeiras quando a Hera Venenosa aparece, e fica em tons de vermelho e preto quando os vilões lutam com o Batman, sendo o cenário preenchido por pacientes imobilizados, pendurados em correntes.
Além dos efeitos especiais, o destaque fica para a réplica do Batmóvel, criada especificamente para o espetáculo, pelo Professor Gordan Murray. Esse Batmóvel foge do modelo tradicional, no qual Batman e Robin sentam lado a lado. Aqui, temos um “cockpit”, com Batman sendo o piloto, sentado no banco da frente, e Robin, o co-piloto, no banco de trás.
Na sequência em que Batman segue com o Batmóvel até o Arkham, é projetada na tela uma animação em CGI, dando-nos a impressão de estarmos dentro do Batmóvel.
Ao término do show, os fãs podiam adquirir algum souvenir no estande oficial do evento, como camisetas (diversos modelos e tamanhos, custando R$ 70,00 cada), canecas (R$ 40,00), chaveiros e um livro com os bastidores do show (R$ 50,00).
Batman Live é ideal para quem está começando a conhecer o Cruzado Embuçado, mas também é indicado para os fãs de longa data. O senão do espetáculo fica para as fantasias do Batman e do Robin, as quais trazem músculos preenchidos com enchimentos, peitorais e barriguinha tanquinho, lembrando o visual malhado dos filmes de Joel Schumacher. A junção de praticamente todos os principais inimigos do Batman (só faltaram Mr. Freeze e Bane) em cena também ficou um tanto quanto forçada. Fora isso, é diversão pura, com direito a números acrobáticos feitos por atores-dançarinos, e shows de mágica explosivos, encabeçados pelo Coringa e pela Arlequina (as crianças muito pequenas assustavam-se com essas explosões que o Coringa promovia).
Fecho com nota 9,0.
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