Por IHQ
Um boneco de metal criado pelo “inventor certificado” Gepeto para fins bélicos é primeiro usado como empregado por Svetlana, esposa do “benevolente cientista” e depois… bem…, depois ela usa o comprido nariz de Pinóquio para se divertir um pouco sexualmente!
Achou diferente da versão da fábula italiana de Pinóquio de 1883 escrita por Carlo Collodi que você conhecia? Exato, e nem se espante mais, ou melhor, se espante sim, pois depois de ler a graphic novel “Pinóquio” publicado no mês de agosto pela Globo Livros Graphic, as histórias de contos de fadas infantis nunca mais serão as mesmas.
Um boneco de metal criado pelo “inventor certificado” Gepeto para fins bélicos é primeiro usado como empregado por Svetlana, esposa do “benevolente cientista” e depois… bem…, depois ela usa o comprido nariz de Pinóquio para se divertir um pouco sexualmente!
Achou diferente da versão da fábula italiana de Pinóquio de 1883 escrita por Carlo Collodi que você conhecia? Exato, e nem se espante mais, ou melhor, se espante sim, pois depois de ler a graphic novel “Pinóquio” publicado no mês de agosto pela Globo Livros Graphic, as histórias de contos de fadas infantis nunca mais serão as mesmas.
A graphic novel é uma criação de Winshluss – pseudônimo de Vincent Paronnaud – premiado codiretor do longa de animaçãoe Persépolis,que por meio de mescla de técnicas como grafite, caricatura e da tira de jornal, traz as andanças do boneco pelo mundo,ora trabalhando na fábrica de brinquedos de Stromboli, sua viagem até a ilha encantada, até se reecontrar com Gepeto dentro da barriga de um gigantesco peixe mutante.
Uma das qualidades da obra, e aqui colocamos até um destaque para a Globo Livros que teve coragem em publicar o álbum correndo o risco de algum leitor mais conservador confundir a proposta do autor e sair dizendo por aí que a história que “subverter” os valores do conto original, é que assumidamente o Pinóquio de Winshluss não é para crianças. Essa postura se identifica logo na apresentação: “a história a seguir é uma adaptação bastante livre do romance de Carlo Collodi”.
Crime, sangue, sexo e muita violência. Tudo com o traço estupendo de Winshluss. Essa releitura de Pinóquio é constantemente marcada por um humor macabro, que é decorrente de uma sequência de acontecimentos envolvendo situações que no início não tem nenhuma conexão, mas que com o desenrolar da leitura vão se conectando, que nos faz refletir como o autor já tinha tudo estruturado em sua cabeça antes mesmo de começar a história. No final, Winshluss amarra toda a narrativa e não deixa pontas soltas, o que gera uma tremenda satisfação ao leitor.
E falando em moral e bons costumes, não foi só Pinóquio que teve a sua reinterpretação dentro dessa visão de Winshluss. Outras personagens também estão presentes na graphic novel, como a Branca de Neve que está coma e mora com sete anões depravados, um inspetor da policia e sua cabeça (literalmente) de pedra, um casal que perdeu o filho e uma linda surfista loira. E para a Branca de Neve o autor revela uma outra faceta da princesa no final da obra.
O único, porém é que na edição da Globo Livro Graphic faltou pelo menos um posfácio para falar de Winshluss. Vale lembrar que com Pinóquio, o autor ganhou o prêmio de melhor álbum no Festival International de la Bande Dessinée de 2009 em Angoulême (França). Fora isso, Pinóquio é o álbum de quadrinhos mais bonito que segurei nas mãos em 2012. Li quatro vezes. Estupendo!
Pinóquio
Editora: Globo Livros Graphics
Autor: Winshluss
Tradução: Carol Bensimon
192 páginas
21 x 29 cm
R$ 75,00
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