Por Milena Azevedo - GHQ
A CRIATIVO escolheu a Quanta – escola de artes para ter a honra de lançar uma coleção de desenho do grande mestre JAYME CORTEZ.
São três livros: A Técnica do Desenho, Curso Prático de Desenho Artístico e Vamos Aprender a Desenhar! Alguns destes trabalhos são inéditos!
Além do lançamento, no dia 11 de maio, haverá uma exposição de trabalhos do genial Cortez. Estes trabalhos estarão expostos APENAS no dia do lançamento!
O português Jayme Cortez foi um dos mais importantes ilustradores e quadrinistas do nosso país, e publicou obras fantásticas como O Retrato do Mal e Zodiako.
Para você que gosta de quadrinhos, este é um evento importante. Tente conhecer um pouco a história. Tente entender como os quadrinhos se desenvolveram no país. Este é um artista importantíssimo e que ajudou a criar o que temos hoje.
O MESTRE JAYME CORTEZ
Jayme Cortez nasceu no Bairro Alto, em Lisboa em 08 de setembro de 1926.
Cortez começou a desenhar muito cedo. Logo estava trabalhando no famoso semanário O Mosquito, sob a direção de Eduardo Teixeira Coelho, um importante artista português. No Mosquito publicou várias histórias em quadrinhos, proncipalmente usando como personagens seus amigos de infância. Entusiamado com as revistas coloridas que vinham do Brasil, Jayme Cortez decidiu migrar para cá.
Em 1947 a bordo do navio Serpa Pinto desembarcou no porto de Santos e logo estava trabalhando em jornais paulistas. Começou no Diário da Noite adaptando para tiras diárias o romance O Guarani, de José de Alencar.
Dois anos depois de chegar de Portugal, Jayme Cortez já havia se casado com D. Edna Cortez e trabalhava na Gazeta Juvenil onde fez histórias em quadrinhos, charges e ilustrações para contos.
Sob a direção de Messias de Mello, Cortez aprendeu a utilizar a tinta Kodak em suas ilustrações. Essa tinta, um tipo de aquarela usada para retoque fotográfico, era vendida em cartelas de cores. Nas mãos de Cortez essas cartelas transformaram-se em materiais mágicos. Suas ilustrações eram coloridas e vibrantes.
Na época da Gazeta Juvenil, Jayme Cortez, frequentava o zoológico do falecido Agenor no bairro paulistano de Vila Maria. Era nesse zoológico que ele fazia seus estudos e apontamentos de animais selvagens.
Depois da Gazetinha, Jayme Cortez fez belíssimas capas para as revistas Raio Vermelho e Misterix da editora Abril. Posteriormente foi diretor artístico e responsável direto pelo sucesso da editora La Selva. Cortez ilustrava todos os gêneros de capas, desde temas infantis, faroeste, ficção científica e policiais até capas com artistas famosos como Mazzaroppi e a dupla Oscarito e Grande Otelo. Mas foi no gênero terror que o ilustrador tornou-se especialista. Para compor suas capas, fotografava modelos em ângulos inusitados e criava contrastes dramáticos de luz e sombra. Isso aliado a sua excelente técnica de pintura resultava em capas que eram verdadeiras obras de arte e se destacavam enormemente nas bancas. Jayme Cortez trabalhou para inúmeras editoras, sempre dando oportunidade e apoiando dezenas de artistas que estão por aí até hoje. Também desenhou muitas histórias em quadrinhos, infantis e de terror. Dono de estilo próprio, suas histórias eram exemplos de belíssimos trabalhos feitos a bico de pena. Trabalhou também com publicidade na McCkan Erickson. Fez dezenas de cartazes de cinema, entre eles: Mazzaropi e Zé do Caixão.
Deu aulas na Escola Panamericana de Arte e ilustrou dezenas de livros para várias editoras como Melhoramentos e Hemus. Publicou a saga de Zodiako, seu famoso personagem dos quadrinhos. Sempre querendo passar adiante seus conhecimentos, lançou três livros sobre a técnica do desenho, quadrinhos e ilustração que acabaram se tornando referência. Criou Tupizinho, um indiozinho e suas aventuras nas selvas brasilieras.
Trabalhou nos estúdios de Maurício de Sousa, dirigindo os departamentos de animação e merchandising. Representou o Brasil em inúmeros congressos e exposições nacionais e internacionais de quadrinhos e ilustração. Durante toda sua carreira foi premiadíssimo. Em 1986 foi homenageado em Lucca, Itália, com o prêmio máximo da ilustração mundial; o Caran DÁche.
Em 1987, com 60 anos, logo após acertar a publicação do álbum Saga de Terror com a editora Martins Fontes adoeceu gravemente, vindo a falecer em São Paulo, no dia 04 de julho.
(Fabio Moraes)
SERVIÇO
Lançamento da coleção Jayme Cortez e exposição de originais do artista
Quando: 11 de maio
Onde: Quanta Academia de Artes, Rua Dr. José de Queirós Aranha, 246 – Vila Mariana – SP
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