Por Judão
O que um pouco de pressão não faz, hein? A DC tem enrolado Grant Morrison há anos, já que o roteirista britânico deseja há algum tempo produzir Multiversity, um épico com oito revistas que exploraria Terras Paralelas do Multiverso DC, mas que nunca recebeu o sinal verde da editora. Agora, depois de anunciar em julho que iria abandonar as publicações de super-heróis, largaria Batman Inc. e Action Comics e que queria ver Multiversity sendo publicada em 2013, a DC confirmou o projeto para o final do próximo ano — além do próprio Morrison ter dado todos os detalhes da HQ na MorrisonCon.
Isso aí, MorrisonCon, uma convenção só pro cara – algo que, eu diria, está começando a se tornar tendência lá fora. No evento, o roteirista confirmou que a intenção é publicar oito gibis, sendo seis edições únicas e uma sétima ~minissérie~ com duas edições. Cada gibi terá uma história de 38 páginas e uma HQ de backup. O projeto incluirá personagens novos e alguns já conhecidos dos leitores.
Entre os “já conhecidos” está aquele Superman negro e presidente dos EUA, baseado no Barack Obama e que já apareceu em histórias do Morrison, além de personagens da antiga Charlton Comics (Besouro Azul, Questão, entre outros), da Terra X (os Combatentes da Liberdade), Terra-Prime (a ~nossa~ Terra), Terra-22 (onde os heróis da época dos pulps são supremos), um outro mundo onde o foco é nos filhos dos membros da Liga da Justiça e, finalmente, um planeta chamado Thunderworld, centrado no Capitão Marvel.
Morrison sempre foi vidrado nessa questão de versões alternativas dos heróis. No entanto, chama a atenção o fato da DC ter segurado essa HQ por tanto tempo. Pode ser por conta das preocupações com o reboot, pela editora não confiar no projeto ou por achar que não era momento de explorar o novo Multiverso DC. De qualquer forma, não importando o motivo para as ressalvas anteriores, já sabemos que a HQ será publicada.
Ah, sim, você leu certo: “novo Multiverso DC”. Com Os Novos 52, as Terras formadas na saga semanal 52 foram modificadas. Por exemplo, a atual Terra principal da DC é a mistura do antigo Universo DC, Vertigo e WildStorm, sendo que cada um ocupava uma respectiva Terra anteriormente. Além disso, a citada Terra-22, antes do reboot, era dos personagens da graphic novel O Reino do Amanhã, e não da época dos pulps.
No caso dos heróis da Charlton, eles estarão reunidos na HQ Pax Americana, que será desenhada por Frank Quitely – o mesmo de Grandes Astros Superman. Um preview da arte no lápis já foi divulgado pela editora:
Morrison comentou na convenção que a abordagem dele dos heróis da Charlton terá uma pegada de “Alan Moore”. É bom lembrar que Watchmen também
foi criada com base nos heróis da Charlton, com a DC pedindo para mudar
os protagonistas para novos personagens com o trabalho de criação já
iniciado, pois a editora pretendia introduzir as versões da
ex-concorrente no próprio Universo DC a partir de Crise nas Infinitas Terras.
Em entrevista ao CBR News, Morrison comentou que o projeto de Multiversity começou na época de 52, série que, como já foi dito, retornou com o Multiverso DC. A intenção inicial, de acordo com o roteirista, era lançar gibis se passando em algumas daquelas Terras. Greg Rucka, inclusive, escreveria para a publicação com os antigos personagens da Charlton. O projeto como foi originalmente concebido não foi pra frente, mas Morrison acabou desenvolvendo o que se tornou Multiversity.
De certa forma, o britânico está juntando uma série de ideias antigas e explorando-as mais a fundo, adicionando detalhes. Uma destas ideias é a da Terra X, criada nos anos 70 por Len Wein com os Combatentes da Liberdade, personagens comprados da antiga editora Quality Comics. O conceito de Wein era uma Terra no qual os nazistas nunca foram derrotados, com os Combatentes ainda lutando nos anos 70 contra as forças de Hitler. Agora, a Terra X continuará tendo os Combatentes, mas Morrison introduzirá um Superman nazista, que teve sua nave caída em plena Alemanha e que venceu a Segunda Guerra Mundial para eles. “Mas então, porque ele é o Superman, percebe que fez algo terrível”, descreve Morrison, que afirma que a HQ se passará uns 70 anos depois da guerra. “Novamente, não é uma história original, mas eu crio a partir disso”.
Outra característica que retorna – e aí é do trabalho do próprio Morrison – é o fato dos oito gibis de Multiversity, sete terão o número 1 na capa. Será uma estrutura diferente, que lembra o que o britânico fez em Sete Soldados da Vitória. “Bom, eu gosto de ter um monte de números um. Há uma razão comercial para fazer essas coisas, mas eu gosto de estruturas estranhas, sabe?”, disse Morrison para o site iFan Boy.
Vamos ver onde isso vai dar. No final, Multiversity pode se tornar um clássico instantâneo, pagando tributo a muitas coisas da DC que foram esquecidas a partir de Crise nas Infinitas Terras, ou ser mais uma HQ capenga de múltiplas Terras como foi Contagem Regressiva para a Crise Final. De qualquer forma, se esse for mesmo o último trabalho de Morrison com os super-heróis, tenho certeza que ele vai se empenhar bastante. Algo para ficar para as próximas gerações, talvez?
Multiversity tem lançamento previsto para o final de 2013. Nos EUA, claro.
O que um pouco de pressão não faz, hein? A DC tem enrolado Grant Morrison há anos, já que o roteirista britânico deseja há algum tempo produzir Multiversity, um épico com oito revistas que exploraria Terras Paralelas do Multiverso DC, mas que nunca recebeu o sinal verde da editora. Agora, depois de anunciar em julho que iria abandonar as publicações de super-heróis, largaria Batman Inc. e Action Comics e que queria ver Multiversity sendo publicada em 2013, a DC confirmou o projeto para o final do próximo ano — além do próprio Morrison ter dado todos os detalhes da HQ na MorrisonCon.
Isso aí, MorrisonCon, uma convenção só pro cara – algo que, eu diria, está começando a se tornar tendência lá fora. No evento, o roteirista confirmou que a intenção é publicar oito gibis, sendo seis edições únicas e uma sétima ~minissérie~ com duas edições. Cada gibi terá uma história de 38 páginas e uma HQ de backup. O projeto incluirá personagens novos e alguns já conhecidos dos leitores.
Entre os “já conhecidos” está aquele Superman negro e presidente dos EUA, baseado no Barack Obama e que já apareceu em histórias do Morrison, além de personagens da antiga Charlton Comics (Besouro Azul, Questão, entre outros), da Terra X (os Combatentes da Liberdade), Terra-Prime (a ~nossa~ Terra), Terra-22 (onde os heróis da época dos pulps são supremos), um outro mundo onde o foco é nos filhos dos membros da Liga da Justiça e, finalmente, um planeta chamado Thunderworld, centrado no Capitão Marvel.
Morrison sempre foi vidrado nessa questão de versões alternativas dos heróis. No entanto, chama a atenção o fato da DC ter segurado essa HQ por tanto tempo. Pode ser por conta das preocupações com o reboot, pela editora não confiar no projeto ou por achar que não era momento de explorar o novo Multiverso DC. De qualquer forma, não importando o motivo para as ressalvas anteriores, já sabemos que a HQ será publicada.
Ah, sim, você leu certo: “novo Multiverso DC”. Com Os Novos 52, as Terras formadas na saga semanal 52 foram modificadas. Por exemplo, a atual Terra principal da DC é a mistura do antigo Universo DC, Vertigo e WildStorm, sendo que cada um ocupava uma respectiva Terra anteriormente. Além disso, a citada Terra-22, antes do reboot, era dos personagens da graphic novel O Reino do Amanhã, e não da época dos pulps.
No caso dos heróis da Charlton, eles estarão reunidos na HQ Pax Americana, que será desenhada por Frank Quitely – o mesmo de Grandes Astros Superman. Um preview da arte no lápis já foi divulgado pela editora:
Em entrevista ao CBR News, Morrison comentou que o projeto de Multiversity começou na época de 52, série que, como já foi dito, retornou com o Multiverso DC. A intenção inicial, de acordo com o roteirista, era lançar gibis se passando em algumas daquelas Terras. Greg Rucka, inclusive, escreveria para a publicação com os antigos personagens da Charlton. O projeto como foi originalmente concebido não foi pra frente, mas Morrison acabou desenvolvendo o que se tornou Multiversity.
De certa forma, o britânico está juntando uma série de ideias antigas e explorando-as mais a fundo, adicionando detalhes. Uma destas ideias é a da Terra X, criada nos anos 70 por Len Wein com os Combatentes da Liberdade, personagens comprados da antiga editora Quality Comics. O conceito de Wein era uma Terra no qual os nazistas nunca foram derrotados, com os Combatentes ainda lutando nos anos 70 contra as forças de Hitler. Agora, a Terra X continuará tendo os Combatentes, mas Morrison introduzirá um Superman nazista, que teve sua nave caída em plena Alemanha e que venceu a Segunda Guerra Mundial para eles. “Mas então, porque ele é o Superman, percebe que fez algo terrível”, descreve Morrison, que afirma que a HQ se passará uns 70 anos depois da guerra. “Novamente, não é uma história original, mas eu crio a partir disso”.
Outra característica que retorna – e aí é do trabalho do próprio Morrison – é o fato dos oito gibis de Multiversity, sete terão o número 1 na capa. Será uma estrutura diferente, que lembra o que o britânico fez em Sete Soldados da Vitória. “Bom, eu gosto de ter um monte de números um. Há uma razão comercial para fazer essas coisas, mas eu gosto de estruturas estranhas, sabe?”, disse Morrison para o site iFan Boy.
Vamos ver onde isso vai dar. No final, Multiversity pode se tornar um clássico instantâneo, pagando tributo a muitas coisas da DC que foram esquecidas a partir de Crise nas Infinitas Terras, ou ser mais uma HQ capenga de múltiplas Terras como foi Contagem Regressiva para a Crise Final. De qualquer forma, se esse for mesmo o último trabalho de Morrison com os super-heróis, tenho certeza que ele vai se empenhar bastante. Algo para ficar para as próximas gerações, talvez?
Multiversity tem lançamento previsto para o final de 2013. Nos EUA, claro.
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