A primeira grande saga dos quadrinhos Disney contou a origem da Família Pato.
Por Marcus Ramone - UHQ
Muito antes de, no Brasil, A História de Patópolis mostrar o surgimento daquela cidade e de seus habitantes mais famosos e mais distante ainda de quando o quadrinhista norte-americano Keno Don Rosa concebeu A Saga do Tio Patinhas e estabeleceu a árvore genealógica da Família Pato com base nas aventuras clássicas produzidas por Carl Barks, a origem “oficial” daqueles personagens (e de outros que compunham seu universo) foi criada na Itália.
Publicada pela primeira vez em abril de 1970, História e Glória da Dinastia Pato é considerada uma das melhores séries protagonizadas pela turma de Patópolis em todos os tempos, produzida em uma época na qual os quadrinhos Disney italianos ainda não dividiam tantas opiniões a respeito de sua qualidade.
Guido Martina nos roteiros, Romano Scarpa e Giovan Battista Carpi nos desenhos e Giorgio Cavazzano na arte-final foram os mestres Disney responsáveis por essa grande saga em oito capítulos que fez sucesso não apenas na Itália, mas também no Brasil, Alemanha, Dinamarca, Espanha, Finlândia, Grécia, Noruega e Suécia, países que publicaram a série mais de uma vez, tanto na forma seriada quanto em edições encadernadas.
No Brasil, História e Glória da Dinastia Pato estreou em julho de 1974, espalhada em alguns títulos da linha Disney da Editora Abril, e foi republicada em edições únicas em Tio Patinhas de Ouro #1(1979), Disney Especial # 100 (1987) – com o capítulo extra A Quinta Mosqueteira, escrito e desenhado por artistas brasileiros, exclusivamente para essa edição -, Disney Especialíssimo(1987), Disney Especial Reedição #100 (1997) e numa coleção em dois volumes de luxo, em 2009.
Em fevereiro de 2005, quando a saga completou 35 anos, um episódio inédito foi produzido e publicado na Itália, em uma edição especial comemorativa, e publicada no Brasil na última vez em que a série circulou pelas bancas do País.
Reviva agora, capítulo por capítulo, a primeira grande saga Disney dos quadrinhos – na republicação de seis anos atrás, alguns títulos dos episódios foram renomeados.
O Segredo do Baú (Tio Patinhas #108, julho de 1974):
Tio Patinhas e os sobrinhos, com a ajuda do Prof. Pardal, vão à Lua resgatar de uma cratera o baú histórico do pato muquirana que contém preciosas moedas antigas representativas da árvore genealógica da Dinastia Pato e que poderia ser descoberto por astronautas patopolenses em missão no satélite natural.
Os Papiros de Pah-Tih-Nhas (Almanaque Disney #38, julho de 1974):
Donald, Huguinho, Zezinho e Luisinho, guardando em casa o baú do Tio Patinhas, pegam uma moeda com a efígie de “Cleopata” e uma névoa mágica envolve o local, mostrando imagens do que aconteceu há 2500 anos no Egito.
Começa, então, a História da Dinastia Pato, com os ancestrais de Tio Patinhas e os sobrinhos às voltas com os primeiros Irmãos Metralha e contando com a ajuda do antepassado do Prof. Pardal para construir uma pirâmide que guardaria a fortuna do velho pão-duro.
Ave, César Pateticus (Mickey #262, agosto de 1974):
A fim de esconder melhor seu “rico dinheirinho”, Pah-Tih-Nhas segue para Roma e adota o nome de Patinius, é perseguido pelos Metralhas e Bafus, o Gladiador (antepassado de João Bafo-de-Onça) e ainda tem que lutar contra os ardis do Centurião Pataconcius. Mas, com a ajuda do Imperador Pateticus (um ancestral do Pateta), o pato e seus sobrinhos conseguem se safar.
Nesta edição, a Editora Abril presenteou os leitores com um pôster da Dinastia Pato.
O Tesouro e o Dragão (Tio Patinhas #109, agosto de 1974):
Na Escócia do Século XIV, Patinius é um nome reverenciado e conhecido pelo título de Mestre de Economia. Seus descendentes, como o ricaço Mac Patinhas, continuam enfrentando a nova geração de Metralhas e Patocônico, mas dão continuidade à linhagem da Dinastia Pato e à dinheirama do mais rico integrante dela.
Dom Donaldo de Las Penas, o Grande Toureiro (Almanaque Disney #39, agosto de 1974):
O ano é 1492, na Espanha, e Donaldo vive às turras com seu primo Gastonete para conquistar o coração da bela Margarita. Seu tio rico, Patiñas y Patiñas, considera o sobrinho um inútil, mas quando os toureiros da cidade de Sevilha entram em greve e o show não poderia parar (pois seria prejuízo para o velho muquirana, dono do espetáculo), a saída foi transformar o pato desmiolado em um ás da arena. É claro que não deu certo e, ao fugir do touro enfurecido, Donaldo foi declarado campeão de corrida de obstáculos.
A aventura traz a participação especial de uma ancestral da Minnie, como rainha da Espanha.
O Corsário Mascarado (Tio Patinhas de Ouro #1, junho de 1979):
No Século XVII, o Corsário Mascarado (antepassado do Pato Donald) é declarado fora da lei pelos espanhóis que tomaram a Flórida. Depois de muitas perseguições, ele e os sobrinhos trigêmeos conseguem fugir da colônia ao lado do seu tio Patinholês, carregando o baú que passava de herdeiro a herdeiro desde os tempos de Pah-Tih-Nhas.
Este capítulo não foi publicado na primeira vez da História e Glória da Dinastia Pato no Brasil, mas a partir de Tio Patinhas de Ouro #1 apareceu em todas as republicações da saga no País.
No Mississípi (Mickey #263, setembro de 1974):
Durante a Guerra Civil norte-americana, Tio Patinhas e seus sobrinhos são perseguidos pelos Metralhas e o Patacôncio no rio Mississípi. Entre muita ação e confusões, os patos conhecem o general Mickey e o soldado Pateta e ainda saem no lucro ao encontrar platina em uma mina abandonada pelo Patacôncio.
O Segredo do Tesouro (Tio Patinhas #110, setembro de 1974):
Nesta aventura, é mostrado um pouco da infância do Tio Patinhas e a história volta aos tempos atuais.
O pato avarento quer dar uma sova nos sobrinhos porque eles haviam mexido em suas moedas mágicas. Mas, ao contar sobre a fortuna de Pah-Tih-Nhas, mostrada no início da saga, Donald detém a fúria do tio, que logo depois parte em busca do tesouro.
E o resultado, como em toda boa história dos patos, foi o encontro do Tio Patinhas com milhares de moedas de ouro.
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