POR EUDES HONORATO - Rapadura Açucarada
Muito antes do desastroso filme de Frank Miller, sobre o herói de Will Eisner, The Spirit, foi feito para a TV em 1987, uma adaptação, que, apesar de não estar bem cotada também, está alguns pontos acima da adaptação de Miller. Uma outra curiosidade sobre este filme é que o ator que interpreta o herói é ninguém menos que Sam J. Jones, o mesmo que interpretou Flash Gordon em 1980, num filme onde a única coisa que se salva é a trilha sonora do Queen.
E assim eram os filmes adaptados de histórias em quadrinhos nessa época: parcos e na grande maioria das vezes, ruins. No período entre 1978, ano do lançamento do ótimo Superman: O Filme e 1998, ano do lançamento de Blade: O Caçador de Vampiros, não tivemos muitos filmes feitos neste seguimento, sendo que se podia contar nos dedos de uma mão os melhores. Mesmo assim, com algumas reservas. As continuações dos filmes do Homem de Aço decaíam a cada novo filme lançado e, depois com Batman, viria a acontecer exatamente a mesma coisa.
O primeiro Batman de Tim Burton foi aclamado, mesmo com o fato de a escolha de Michael Keaton para Bruce Wayne ter sido totalmente equivocada. E, os filmes seguintes só foram decaindo até que Batman e Robin, de Joel Schumacher selasse o que parecia ser o fim dos filmes adaptados de quadrinhos. Quem iria pagar para ver coisas como super-heróis com bat-cartão de crédito? Isso foi em 1997. Mas não era o fim.
Em 1998, Blade: O Caçador de Vampiros daria início a uma nova era no quesito filmes que vieram dos quadrinhos de super-heróis. Isso se deve ao fato de que o filme do obscuro personagem da Marvel fez sucesso de crítica e público, abrindo caminho para outros como X-Men, Homem Aranha, Homem de Ferro, Batman Begins, Batman: Cavaleiro das Trevas e, em breve, Thor, Capitão América, entre outros. Claro que nem tudo são flores. Com a constante demanda vieram coisas como Elektra, Demolidor, Hulk (de Ang Lee), Mulher Gato (com Halle Berry) e os dois péssimos Quarteto Fantástico, com uma Sue Richards mexicana. Mas, ao menos, com tantos títulos, a possibilidade de filmes bons é maior, coisa que não era bem assim nos 20 anos antes de 1998.
E assim eram os filmes adaptados de histórias em quadrinhos nessa época: parcos e na grande maioria das vezes, ruins. No período entre 1978, ano do lançamento do ótimo Superman: O Filme e 1998, ano do lançamento de Blade: O Caçador de Vampiros, não tivemos muitos filmes feitos neste seguimento, sendo que se podia contar nos dedos de uma mão os melhores. Mesmo assim, com algumas reservas. As continuações dos filmes do Homem de Aço decaíam a cada novo filme lançado e, depois com Batman, viria a acontecer exatamente a mesma coisa.
O primeiro Batman de Tim Burton foi aclamado, mesmo com o fato de a escolha de Michael Keaton para Bruce Wayne ter sido totalmente equivocada. E, os filmes seguintes só foram decaindo até que Batman e Robin, de Joel Schumacher selasse o que parecia ser o fim dos filmes adaptados de quadrinhos. Quem iria pagar para ver coisas como super-heróis com bat-cartão de crédito? Isso foi em 1997. Mas não era o fim.
Em 1998, Blade: O Caçador de Vampiros daria início a uma nova era no quesito filmes que vieram dos quadrinhos de super-heróis. Isso se deve ao fato de que o filme do obscuro personagem da Marvel fez sucesso de crítica e público, abrindo caminho para outros como X-Men, Homem Aranha, Homem de Ferro, Batman Begins, Batman: Cavaleiro das Trevas e, em breve, Thor, Capitão América, entre outros. Claro que nem tudo são flores. Com a constante demanda vieram coisas como Elektra, Demolidor, Hulk (de Ang Lee), Mulher Gato (com Halle Berry) e os dois péssimos Quarteto Fantástico, com uma Sue Richards mexicana. Mas, ao menos, com tantos títulos, a possibilidade de filmes bons é maior, coisa que não era bem assim nos 20 anos antes de 1998.
O reduto de muitas adaptações, como no caso do Spirit de 1987, era a TV. Muitas em forma de seriados, como no caso do Incrível Hulk e Homem Aranha. As histórias dos personagens eram alteradas e pouco tinham a ver com seus originais dos quadrinhos. No caso do Incrível Hulk, por exemplo, os produtores não quiseram que o alter-ego do gigante esmeralda se chamasse Bruce Banner, e sim David Banner. O motivo que alegaram a Stan Lee? Bruce era um nome muito gay!
Homem Aranha, no entanto, chegou a passar no cinema. O episódio piloto da série, com quase duas horas de duração e uma "continuação" que era apenas a junção de dois episódios. Na época do VHS eu ainda cheguei a ver esses dois longas do cabeça de teia para alugar, muitos anos depois que o seriado já havia deixado de ser exibido na TV.
Outros que a TV deu abrigo foi Capitão América e Dr, Estranho, ambos em 1978/1979. Todos os dois telefilmes (três, já que Capitão América teve umacontinuação) foram sem expressão alguma, sendo que o Capitão América interpretado por Reb Brown tinha um escudo transparente, aparentemente de acrílico, e usava um capacete com asas pintadas nas laterais e um visor. Era tão Capitão América quanto eu sou o Batman. O segundo filme deste Capitão América teve até a participação da lenda viva, Christopher Lee. Mas, o Capitão ainda voltaria na década de 90, desta vez nos cinemas.
Antes disso, porém, Wes Craven, o pai de Freddy Krueger, nos brindaria com a adaptação para as telas de cinemas de O Monstro do Pântano. É quase inacreditável que o nome de Craven esteja nos créditos como diretor. O filme é ruim em vários níveis e graus inimagináveis. Ao que parece, o único bem que o filme promoveu foi o retorno da HQ que havia sido cancelada, e logo em seguida a entrada de Alan Moore no roteiro da mesma. O filme rendeu uma continuação em 1989 que é, claro, conseguiu superar o primeiro, em ruindade.
Antes disso, porém, Wes Craven, o pai de Freddy Krueger, nos brindaria com a adaptação para as telas de cinemas de O Monstro do Pântano. É quase inacreditável que o nome de Craven esteja nos créditos como diretor. O filme é ruim em vários níveis e graus inimagináveis. Ao que parece, o único bem que o filme promoveu foi o retorno da HQ que havia sido cancelada, e logo em seguida a entrada de Alan Moore no roteiro da mesma. O filme rendeu uma continuação em 1989 que é, claro, conseguiu superar o primeiro, em ruindade.
Em 1984 a prima do Superman, Supergirl, aportaria nos cinemas, numa adaptação execrada por críticos e por fãs. Nem mesmo a bela Helen Slater no papel título, ou Peter O'Toole fazendo às vezes de Marlon Brando, salvariam o filme. Uma história boba e sem sal afundam a produção e os produtores nem mesmo quiseram que Christopher Reeve desse as caras no filme, para não arriscar sua imagem se o filme não desse certo. O filme não deu certo, e Christopher enterrou sua particpação na franquia Superman, com o quarto, último e pior filme da série, Superman IV: Em Busca da Paz.
Em 1986, George Lucas produziria sua maior e mais lembrada bomba: uma adaptação de um obscuro personagem Marvel, um pato chamado Howard que, no entanto, para os fãs de "filmes que de tão ruins são bons", acabou virando uma peça rara, cult. Ver Howard dando em cima da mãe de Marty McFly, a namoradinha dos nerds da época, não tem preço. Sem contar que ele chega aos finalmente com a estrela do rock que ela interpreta no filme. Como bônus, temos ainda um Tim Robbins muito louco e os velhos e saudosos efeitos de stop motion. É tudo de bom.
Em 1986, George Lucas produziria sua maior e mais lembrada bomba: uma adaptação de um obscuro personagem Marvel, um pato chamado Howard que, no entanto, para os fãs de "filmes que de tão ruins são bons", acabou virando uma peça rara, cult. Ver Howard dando em cima da mãe de Marty McFly, a namoradinha dos nerds da época, não tem preço. Sem contar que ele chega aos finalmente com a estrela do rock que ela interpreta no filme. Como bônus, temos ainda um Tim Robbins muito louco e os velhos e saudosos efeitos de stop motion. É tudo de bom.
Em 1989, Dolph Lundgren, depois de ter ganhado projeção sendo derrotado por Sylvester Stallone em Rocky IV e de ter interpretado ninguém menos que He-Man, em Mestres do Universo, se tornaria O Justiceirono primeiro filme feito para o cinema com o personagem da Marvel. Novo fracasso. O filme tinha pouco a ver com o personagem que nem mesmo o símbolo que mais o identificava com o público-alvo usava: a caveira no peito. Mas, tal fracasso seria ofuscado pelo lançamento, no mesmo ano, de Batman, de Tim Burton, que parecia trazer promessas de outras adaptações de sucesso, o que não foi o caso. Burton sairia da franquia no segundo filme e Joel Schumacher a afundaria.
Nesse meio tempo, em 1990, O Capitão América faria nova tentativa, desta vez na tela grande, novamente sem sucesso. Apesar do uniforme quadrinhisticamente correto, o filme não agradou, pois ficou na mão pesada de Albert Pyun, mais acostumado com filmes de orçamento barato. E, por falar em baixo orçamento, a Marvel, em 1994, contrataria os serviços do produtor Roger Corman, acostumado a filmes desse estilo, famoso por seus muitos filmes B. Ele entregou o produto - Fantastic Four - e a Marvel simplesmente não deixou que o filme fosse lançado nos cinemas, TV, ou VHS. Ela queria esquecer que o mesmo existia. Mas, com a internet, nada é esquecido e cópias piratas do longa metragem acabaram chegando à rede. Vendo o filme, se pode dizer que não é pior do que as duas porcarias que fizeram recentemente do supergrupo.
Nesse meio tempo, em 1990, O Capitão América faria nova tentativa, desta vez na tela grande, novamente sem sucesso. Apesar do uniforme quadrinhisticamente correto, o filme não agradou, pois ficou na mão pesada de Albert Pyun, mais acostumado com filmes de orçamento barato. E, por falar em baixo orçamento, a Marvel, em 1994, contrataria os serviços do produtor Roger Corman, acostumado a filmes desse estilo, famoso por seus muitos filmes B. Ele entregou o produto - Fantastic Four - e a Marvel simplesmente não deixou que o filme fosse lançado nos cinemas, TV, ou VHS. Ela queria esquecer que o mesmo existia. Mas, com a internet, nada é esquecido e cópias piratas do longa metragem acabaram chegando à rede. Vendo o filme, se pode dizer que não é pior do que as duas porcarias que fizeram recentemente do supergrupo.
Nesse período pouca coisa se salvava e uma delas foi o filme que lançou Jim Carrey ao estrelato, O Máskara. Adaptação de uma história em quadrinhos pouco ou nada conhecida aqui no Brasil. O filme divertia com as loucuras de Carrey e com efeitos especiais de última geração, além de apresentar ao mundo uma Cameron Diaz no auge de sua beleza. Por essa mesma época, até Jean Claude Van Damme e Pamela Anderson se aventuraram em adaptações de quadrinhos. Van Damme fez Timecop: O Guardião do Tempo, em 1994 e Pamela Anderson fez Barb Wire: A Justiceira, em 1996. Mais quadrinhos desconhecidos por aqui. Mas, novamente, a grande bomba viria mesmo de uma grande editora, a DC Comics desta vez.
Retirado da saga A Morte (e o Retorno) de Superman,Aço apareceu nas telas de cinemas sem mais nem menos na pele de Shaquille O'Neal. Não poderia se cometer um erro maior. O herói já não era grande coisa nos quadrinhos, não havia porque adaptá-lo para o cinema. Não deu outra. Um retumbante fracasso, no ano de 1997, pouco antes da retomada com Blade, no ano seguinte. E, diferente de Howard, Aço era tão ruim que era ruim mesmo.
Retirado da saga A Morte (e o Retorno) de Superman,Aço apareceu nas telas de cinemas sem mais nem menos na pele de Shaquille O'Neal. Não poderia se cometer um erro maior. O herói já não era grande coisa nos quadrinhos, não havia porque adaptá-lo para o cinema. Não deu outra. Um retumbante fracasso, no ano de 1997, pouco antes da retomada com Blade, no ano seguinte. E, diferente de Howard, Aço era tão ruim que era ruim mesmo.
E, para terminar, essa pequena bomba caseira, feita para a TV em 1996. Uma espécie de filme dos X-Men, sem os X-Men, o tal Geração X. Fez uma modesta carreira em VHS, modo pelo qual se tornou conhecido na época e se tornou uma lenda como um dos piores filmes em um tempo bem diferente de hoje, em que qualquer porcaria adaptada dos quadrinhos era degustada com fervor, nem que fosse apenas para apontar todos os defeitos, fossem eles técnicos (e esse tinha muitos) ou as diferenças gritantes em relação aos quadrinhos. Sim, aquela com a mão na cintura à direita é Emma Frost, que faz as vezes de Professor X, já que ele mesmo não dá as caras no filme. Pelo que eu me lembre.
Ainda bem que vivemos em época de fartura, graças ao sucesso de Wesley Snipes em Blade: O Caçador de Vampiros, no ano de 1998. Devido a isso, podemos ver filmes bons em meio a alguns ruins. Diferente de antes, onde eram alguns pouquíssimos bons, em meio a muitos ruins. E se não dá certo, reboot nele e começa tudo de novo.
Minha teoria é que com a explosão da internet, justamente pela época de Blade, os fãs de quadrinhos ganharam uma voz mais ativa do que tinham antes da era de troca de informações. Os produtores sabem o que oas fãs querem e o que não querem e, mesmo não fazendo tudo que queremos, alguma coisa é feita, algum efeito é causado. Talvez a internet seja a responsável por esta explosão de filmes adaptados dos quadrinhos. Mas, não sei, é só uma fantasia minha.
Ainda bem que vivemos em época de fartura, graças ao sucesso de Wesley Snipes em Blade: O Caçador de Vampiros, no ano de 1998. Devido a isso, podemos ver filmes bons em meio a alguns ruins. Diferente de antes, onde eram alguns pouquíssimos bons, em meio a muitos ruins. E se não dá certo, reboot nele e começa tudo de novo.
Minha teoria é que com a explosão da internet, justamente pela época de Blade, os fãs de quadrinhos ganharam uma voz mais ativa do que tinham antes da era de troca de informações. Os produtores sabem o que oas fãs querem e o que não querem e, mesmo não fazendo tudo que queremos, alguma coisa é feita, algum efeito é causado. Talvez a internet seja a responsável por esta explosão de filmes adaptados dos quadrinhos. Mas, não sei, é só uma fantasia minha.
Obs2: (essa é bem mais relevante) o Rapadura Açucarada é o portal que mais nos encaminha visitantes. Uma doce e agradável notícia que nos deixa lisongeados e gratos ao Eudes e sua adocicada parceria (que perdure por muitas cáries, mas que nunca resulte em uma diabetes) e à todos que nos linkaram. Muito obrigago, gente! (BP)
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