Por Henry
Para todos aqueles que querem trilhar um caminho com sucesso, é de extrema importância conhecê-lo, pois assim pode se preparar adequadamente para as “pedras” e possíveis atalhos que a estrada pode proporcionar. Com Historias em Quadrinhos não há muita diferença. Todo desenhista ou roteirista que almeja trilhar essa estrada deve buscar esse “conhecimento”, porém não há uma “fórmula do sucesso” cem por cento comprovada, e sim medidas e atitudes que podem nos ajudar a não repetir erros de quadrinistas do passado e multiplicar os acertos que fizeram dessa mídia um sucesso em qualquer parte do planeta.
A Quadrinize! apresenta uma matéria diferente. Um artigo especial para todos que estão começando e desejam construir um futuro promissor. Para entender melhor,como foi o início, o auge e como anda a publicação de Historias em Quadrinhos no país é imprescindível e também interessante para todos, saber sobre o mais novo fanzineiro até o mais velho forumeiro. Leia, discuta, sonhe, quadrinize! E perceba que há sim, condições de publicar suas histórias aqui no Brasil.
Segundo alguns pesquisadores dessa área, o Brasil teve a primeira história em quadrinhos do mundo. Isso não é verdadeiro , pois já havia o Rudolph Topffer, entre outros. Porém, o Brasil teve as primeiras histórias narrativas seqüenciais do planeta através do autor italiano Angelo Agostini (1843-1910). As historias de Agostini eram narradas em seqüência, no entanto não havia balões com as legendas iguais as de hoje. Somente apareciam com textos em forma de legenda embaixo dos quadros. A primeira publicação de Agostini foi “As aventuras de Nhô Quim” ou “Impressões de uma viagem à Corte” em 30 de janeiro de1869 na revista Vida Fluminense. Quinze anos mais tarde ele publicou as aventuras do “Zé Caipira”, apesar de não serem as primeiras, essas duas histórias são consideradas até hoje como precursoras do estilo moderno. Agostini é considerado um mestre pioneiro da cultura visual forte no país, sendo igualado inclusive aos gênios internacionais da época como Rudolf Töpffer e Wilhelm Busch.
Desde essa época o país já tinha uma grande força nas charges e tiras, mas o boom dos quadrinhos só veio acontecer em meados dos anos 1930 com o jornalista Adolfo Aizen no suplemento infantil do jornal diário A Nação (que veremos mais a frente) que traria posteriormente também os primeiros super-heróis publicados por aqui.
Tico-Tico
PARTE I: A INTRODUÇAO DA MIDIA HQ NO BRASIL.
O início das hqs no BrasilPara todos aqueles que querem trilhar um caminho com sucesso, é de extrema importância conhecê-lo, pois assim pode se preparar adequadamente para as “pedras” e possíveis atalhos que a estrada pode proporcionar. Com Historias em Quadrinhos não há muita diferença. Todo desenhista ou roteirista que almeja trilhar essa estrada deve buscar esse “conhecimento”, porém não há uma “fórmula do sucesso” cem por cento comprovada, e sim medidas e atitudes que podem nos ajudar a não repetir erros de quadrinistas do passado e multiplicar os acertos que fizeram dessa mídia um sucesso em qualquer parte do planeta.
A Quadrinize! apresenta uma matéria diferente. Um artigo especial para todos que estão começando e desejam construir um futuro promissor. Para entender melhor,como foi o início, o auge e como anda a publicação de Historias em Quadrinhos no país é imprescindível e também interessante para todos, saber sobre o mais novo fanzineiro até o mais velho forumeiro. Leia, discuta, sonhe, quadrinize! E perceba que há sim, condições de publicar suas histórias aqui no Brasil.
Segundo alguns pesquisadores dessa área, o Brasil teve a primeira história em quadrinhos do mundo. Isso não é verdadeiro , pois já havia o Rudolph Topffer, entre outros. Porém, o Brasil teve as primeiras histórias narrativas seqüenciais do planeta através do autor italiano Angelo Agostini (1843-1910). As historias de Agostini eram narradas em seqüência, no entanto não havia balões com as legendas iguais as de hoje. Somente apareciam com textos em forma de legenda embaixo dos quadros. A primeira publicação de Agostini foi “As aventuras de Nhô Quim” ou “Impressões de uma viagem à Corte” em 30 de janeiro de1869 na revista Vida Fluminense. Quinze anos mais tarde ele publicou as aventuras do “Zé Caipira”, apesar de não serem as primeiras, essas duas histórias são consideradas até hoje como precursoras do estilo moderno. Agostini é considerado um mestre pioneiro da cultura visual forte no país, sendo igualado inclusive aos gênios internacionais da época como Rudolf Töpffer e Wilhelm Busch.
Desde essa época o país já tinha uma grande força nas charges e tiras, mas o boom dos quadrinhos só veio acontecer em meados dos anos 1930 com o jornalista Adolfo Aizen no suplemento infantil do jornal diário A Nação (que veremos mais a frente) que traria posteriormente também os primeiros super-heróis publicados por aqui.
Tico-Tico
“Fon-Fon”, “Kareta”, “Tico-Tico” foram as primeiras publicações em quadrinhos do século vinte. A Tico-Tico,foi com certeza a revista infantil mais popular do Brasil em sua época.Lançada em 1905, e era totalmente voltada ao publico infantil brasileiro. Tico-Tico continha, além de quadrinhos, textos e passatempos, que em geral serviam de forma didática pra o aprendizado de seus leitores, e, claro para o entretenimento também. Devido ao sucesso, a Tico-Tico ficou por 54 anos em circulação. Esta publicação foi a responsável pela introdução dos quadrinhos infantis e humorísticos na imprensa brasileira. Foi fonte de inspiração para outros quadrinistas, editores, artistas e escritores por duas gerações, como Carlos Drummond de Andrade, Gilberto Freire e Álvaro de Moya.
A revista também foi responsável pela produção das Hqs nacionais nas primeiras décadas do século vinte. Entre estas, podemos citar, “Reco-Reco”, “Bolão e Azeitona”. O próprio fundador da revista, Agostini contribuiu com as hqs publicando a “Historia do Macaco”, “Chico Caçador” e “Historias do Pai João”. Todas histórias com sucesso e com boa aceitação do público. Também marcavam presença ativa na revista, vários cartunistas brasileiros, como João Batista Ramos Lobão que publicou a historia “Manda Quem Pode”.
Manda quem Pode, contava sobre um grupo de garotos que reclamavam para si uma publicação impressa. Foi uma notável referência à situação da época, em que os leitores pediam histórias dirigidas ao público brasileiro. “As histórias de Chiquinho, Seu Cão Jagunço e a Garota Lili” fizeram um tremendo sucesso com o público-alvo da Tico-tico mesmo sendo histórias plagiadas de Buster Brown, Tiger e Mary-Jane,do escritor americano Richard Felton Outcault escrita em 1902, do mesmo autor Yellow Kid. Aqui no Brasil foram desenhadas pelos desenhistas Luís Gomes Loureiro, Augusto Rocha, Paulo Affonso, Alfredo Storni, seu filho Osvaldo Storni e Miguel Hochman. Vale ressaltar que nessa época era comum o decalque de personagens de historias estrangeiras, os comics americanos, e as revistas infantis francesas serviam para adaptação e cópias, todavia, isso não serviu de empecilho para revelar bons desenhistas nacionais, entre eles estão artistas como J. Carlos, Max Yantok, Léo, Théo, Lino Borges, Luiz Sá, Daniel Cícero, Percy Deane, Messias de Mello, André Le Blanc e J. Carlos. J. Carlos, carioca que se tornou famoso, sendo um dos maiores nomes dos quadrinhos e humor gráfico do país. Ele publicou a série “O Talento de Juquinha”, com certeza um bom sucesso da revista infantil. Alfredo Storni apresentou “As mentiras de Manduca”, e ainda trouxe seu desastrado “Zé Macaco”, ao lado de Faustina. Max Yantok publicou a história Kaximbow, e seria reconhecido como excelente caricaturista no país. O cearense Luis Sá estreou em 1931 seus quadrinhos com personagens marcantes como o papagaio Faísca, o detetive Pinga-Fogo e a negrinha Maria-Fumaça, e sendo assim colaborou por mais três décadas com a Tico-Tico fazendo editoriais, capas, ilustrações, e claro, suas histórias em quadrinhos.
A Tico-Tico, também introduziu os Comics* (as Hqs norte-americanas destinadas ao público infantil), e outras publicações de histórias em quadrinhos estrangeiras no país, a primeira delas foi a inovadora história de Winsor McCay, “Little Nemo” (a primeira História em Quadrinhos a usar perspectiva nas cenas) em 1910, depois vieram: “As Aventuras do Ratinho Curioso”, as primeiras histórias de Mickey Mouse de Walt Disney; “Gato Felix” de Pat Sullivan; “Krazy Kat”, ou “O Gato Maluco”, de George Herriman; o eterno “Popeye” de Elzie Crisler Segar e “Mutt e Jeff” por Bud Fisher.Com o surgimento dos Comicbooks no Brasil na década de 1930, principalmente com as histórias de super-heróis, a revista passou de semanal para mensal, depois para bimestral, diminuindo sua circulação, e em 1962 fechou suas página 57 anos depois de mais de 2000 edições.
Na próxima edição da Quadrinize você verá a segunda etapa dessa matéria, a introdução dos super-heróis no Brasil, o inovador Aizen disputando espaço com o oportunista Roberto Marinho e muito mais. Não perca na segunda edição da Quadrinize!
* Desde a perseguição aos quadrinhos norte-americanos na década de (XX), houve uma separação de Hqs infantis e adultas, sendo o termo Comics em geral sendo usado pra histórias destinadas ao público infantil, e os Comicbooks sendo produzidas para os públicos juvenil e adulto.
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