A magia dos quadrinhos no reino do carnaval brasileiro
Quando eles entram no samba, quem se diverte são os fãs. E como ninguém é de ferro (salvo algumas exceções), os personagens dos gibis fazem uma pausa para curtir o carnaval do Brasil
Por Marcus Ramone - UHQ
Para qualquer leitor de HQ, falar em carnaval é lembrar do Zé Carioca. Nascido com o visual típico de passista de escola de samba e adepto confesso do brasileiríssimo ritmo musical, o malandro ainda é presidente da Unidos de Vila Xurupita e estrelou tantas histórias em quadrinhos carnavalescas quanto foi possível durante o tempo em que a Editora Abril criou as aventuras do personagem.
O Almanaque Disney de Carnaval, lançado em 1982, marcou época com histórias do Zé Carioca e da turma de Patópolis e oferecendo de brinde uma máscara do papagaio caloteiro. É um dos gibis mais disputados pelos fãs desses personagens, pois é uma rara publicação temática da Disney brasileira sobre esse grande evento.
As HQs infantis são as que mais apresentaram (e continuam apresentando) edições em celebração ao carnaval ou, pelo menos, histórias avulsas sobre a maior festa popular brasileira.
Menino Maluquinho, Bolinha e Luluzinha (nas aventuras produzidas no Brasil), Gordo, Turma do Lambe-Lambe, Os Trapalhões e diversos outros personagens já festejaram o evento, estrelando aventuras que marcaram a infância de muito leitor.
Mas é a Turma da Mônica que tem bastante o que contar. Foram tantos almanaques de carnaval nas editoras Abril e Globo que ela já se tornou mestra no assunto.
Títulos como aColeção Um Tema Só e Você Sabia? também apresentaram os personagens de Mauricio de Sousa em samba, suor e fantasia. Agora pela Panini Comics, eles dão continuidade à tradição e já caíram na folia, desde o mês passado, com Saiba Mais! Turma da Mônica # 5, apresentando a origem e as curiosidades sobre o carnaval.
Para gente grande
Os quadrinhos adultos também levaram o carnaval até suas páginas. Foi assim nos anos 1960 e 1970, épocas em que eram comuns HQs eróticas e de terror nas quais os bailes carnavalescos ou o clima de folia serviram de cenário e mote para as histórias.
As décadas seguintes mostraram outras HQs carnavalescas para os públicos jovem e adulto, mas os quadrinhos infantis continuaram dominando o tema.
Para qualquer leitor de HQ, falar em carnaval é lembrar do Zé Carioca. Nascido com o visual típico de passista de escola de samba e adepto confesso do brasileiríssimo ritmo musical, o malandro ainda é presidente da Unidos de Vila Xurupita e estrelou tantas histórias em quadrinhos carnavalescas quanto foi possível durante o tempo em que a Editora Abril criou as aventuras do personagem.
O Almanaque Disney de Carnaval, lançado em 1982, marcou época com histórias do Zé Carioca e da turma de Patópolis e oferecendo de brinde uma máscara do papagaio caloteiro. É um dos gibis mais disputados pelos fãs desses personagens, pois é uma rara publicação temática da Disney brasileira sobre esse grande evento.
As HQs infantis são as que mais apresentaram (e continuam apresentando) edições em celebração ao carnaval ou, pelo menos, histórias avulsas sobre a maior festa popular brasileira.
Menino Maluquinho, Bolinha e Luluzinha (nas aventuras produzidas no Brasil), Gordo, Turma do Lambe-Lambe, Os Trapalhões e diversos outros personagens já festejaram o evento, estrelando aventuras que marcaram a infância de muito leitor.
Mas é a Turma da Mônica que tem bastante o que contar. Foram tantos almanaques de carnaval nas editoras Abril e Globo que ela já se tornou mestra no assunto.
Títulos como aColeção Um Tema Só e Você Sabia? também apresentaram os personagens de Mauricio de Sousa em samba, suor e fantasia. Agora pela Panini Comics, eles dão continuidade à tradição e já caíram na folia, desde o mês passado, com Saiba Mais! Turma da Mônica # 5, apresentando a origem e as curiosidades sobre o carnaval.
Para gente grande
Os quadrinhos adultos também levaram o carnaval até suas páginas. Foi assim nos anos 1960 e 1970, épocas em que eram comuns HQs eróticas e de terror nas quais os bailes carnavalescos ou o clima de folia serviram de cenário e mote para as histórias.
As décadas seguintes mostraram outras HQs carnavalescas para os públicos jovem e adulto, mas os quadrinhos infantis continuaram dominando o tema.
Das produções contemporâneas, vale destacar a do talentoso cartunista Newton Foot, que, entre outros trabalhos de destaque, concebeu a divertida HQ Joel Madrugada e Nêga Maluca, ambientada no carnaval do Rio de Janeiro no início do século passado.
Mais recentemente, em 2006, o premiado quadrinhista Lorenzo Mattotti lançou o livro Carnaval - Cores e Movimentos, uma coletânea de ilustrações e textos sobre a tradicional festa.
Também não se pode esquecer o que o roteirista Joe Casey fez com o mutante Wolverine, ao levá-lo até o carnaval do Rio de Janeiro e deixá-lo desvairado com o festival de cores e sons e, claro, as mulatas em fantasias sumárias. A inusitada visita do personagem da Marvel ao país do samba aconteceu no especial Rio de Sangue, lançado no Brasil em 2001, pela Pandora Books.
Ziriguidum, balacobaco e telecoteco
Se os quadrinhos receberam o carnaval de braços abertos, também é verdade que os personagens dos gibis costumam participar da festa e cair no samba. E não apenas na forma de foliões fantasiados nos bailes de salão ou blocos de rua (como o Enquanto Isso na Sala de Justiça, de Olinda, Pernambuco, em que "Batman", "Super-Homem" e mais heróis se misturam a outras criações dos desenhos animados e HQs infantis em ritmo de músicas carnavalescas).
Desde as primeiras décadas da história das escolas de samba, a nona arte tem comparecido como item de alas temáticas ou carros alegóricos e até mesmo no enredo principal.
E não é preciso voltar tanto no tempo para buscar exemplos. Somente nos anos 2000, os sambódromos de São Paulo e do Rio de Janeiro desfilaram os mais variados ícones das histórias em quadrinhos.
No ano passado, na terra da garoa, a Unidos do Peruche homenageou Mauricio de Sousa e a Turma da Mônica (o artista e seus personagens já haviam desfilado pela mesma agremiação, em 2003); e na Cidade Maravilhosa, a Vila Isabel mostrou um carro alegórico no qual uma escultura gigante do Super-Homem se destacava entre outras de diversos super-heróis.
Ainda no Rio de Janeiro, em 1997, a Acadêmicos da Rocinha desfilou com o enredo A Viagem Encantada do Zé Carioca à Disney, narrando a histórica visita do papagaio malandro à Disneylândia para comemorar os 25 anos do parque temático.
Em São Paulo, outro quadrinhista e suas criações foram homenageados na passarela do samba: Ziraldo, que em 2003 desfilou pela Nenê de Vila Matilde, cujo samba-enredo daquele ano foi É Melhor Ler - O Mundo Colorido de um Maluco Genial, destacando o Menino Maluquinho.
Também na capital paulista, a Império de Casa Verde contou com a ajuda dos personagens de gibis quando foi campeã, em 2005. Em dois carros alegóricos, Homem-Aranha, Mulher-Maravilha, Mônica, Senninha e outras criações das HQs estavam lá para ajudar a contar o enredo de Se Deus é por nós, quem será contra nós?.
Mas não só dos dois grandes centros de escolas de samba vive o carnaval brasileiro e não apenas aquelas agremiações já se valeram dos quadrinhos para reforçar seus enredos. Em Vitória, no Espírito Santo, aIndependentes de Boa Vistaparticipou do desfile de 2004 com um carro alegórico dedicado aos super-heróis dos gibis.
E como o espetáculo não pode parar, o carnaval de 2008 terá mais criações dos gibis em destaque na Sapucaí. A escola de samba mirim Aprendizes do Salgueiroapresentará o tema Aprendizes em Quadrinhos. Na passarela, a madrinha da agremiação será Iris Stefanelli, ex-participante do Big Brother Brasil que, recentemente, virou uma personagem de HQ, a Sirizinha.
Inspiração
Às vezes, a influência dos quadrinhos segue além das homenagens recebidas em um determinado ano.
É o caso do carioca Bloco Metralhas, inspirado nos impagáveis vilões criados por Carl Barks para a Disney.
Outro exemplo vem de São Paulo, com aX-9 Paulistana, cujo nome é bastante familiar aos veteranos fãs de HQs. Afinal, a escola de samba é nada menos que uma grande homenagem ao Agente X-9, espião criado em 1934 por Alex Raymond.
E o carnaval brasileiro ainda deve à nona arte algumas das marchas mais cantadas nessa época. Isso porque o já falecido cartunista e chargista (Antonio Gabriel) Nássara - cujo currículo inclui uma passagem pelo Pasquim - é co-autor deA-la-la-ô e outras músicas que se tornaram clássicas.
Agora, mais uma vez o povo brasileiro se prepara para a chegada de quatro dias de festa e descontração, coroando uma antiga relação que ainda vai dar muito samba... ou uma boa história em quadrinhos.
E em 2o1o, foi a vez da Unidos da Tijuca dar um show na Sapucaí e levar o caneco pra Sala de Justiça.
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