Por Judão
A importância dos personagens homossexuais nos quadrinhos está crescendo. E deve crescer muito mais. Já falamos sobre isso aqui no Judão. Para pegar uma carona nessa evolução, a DCestabeleceu em Earth 2 #2 que Alan Scott, o Lanterna Verde da Terra 2 (e, lá atrás, o primeiro herói a usar esse nome nos anos 50) era, na realidade, gay assumido em sua versão pós-reboot. Ele até tinha um namorado, Sam, quem pedia em casamento no final da edição, meio que de forma parecida com a Marvel, que casou recentemente o mutante Estrela Polar. No entanto, em Earth 2 #3 (DC Comics, 23 páginas, US$ 3,99), a DC vai para o caminho que eu diria ser mais covarde.
Logo no começo da história, vemos Alan Scott após o acidente no trem que estava, o que aconteceu no final da edição anterior. Ele está com o corpo todo queimado e Sam, seu noivo, morto. Sim, morto. O primeiro personagem gay de importância na DC, de acordo com a própria editora, perdeu seu companheiro.
Não era mais fácil, já que a editora está levantando a bandeira, abordar a questão de frente? Mostrar Alan como um herói normal, que sempre tem uma personagem feminina importante, mas nesse caso sendo, por motivos óbvios, um personagem masculino?
A DC perdeu, mais uma vez, uma grande chance de mostrar o caminho a ser trilhado.
Pensando na HQ em si, a morte de Sam até que é bem utilizada. Na verdade, Alan Scott foi salvo por uma força misteriosa, que concede a ele um grande poder. A partir de então, ele se tornará o Lanterna Verde. Porém, a entidade avisa ao humano que ele precisa de um ponto, uma joia para externar este poder. Alan sugere o anel de noivado que iria dar para Sam, que é transformado no anel energético. É bonito, de certa forma, o que é feito.
O motivo da criação do Lanterna Verde, diz a luz que salva Alan, é para enfrentar um grande mal que virá em breve – algo maior do que a Guerra contra Apokolips, que aconteceu há alguns anos e vitimou Superman, Batman e Mulher-Maravilha. Enquanto esse mal não chega, ele deve enfrentar outros vilões que surgirem, meio que para ganhar experiência.
Aliás, é bom registrar que o novo uniforme do Alan Scott é interessante. Não é dos mais bonitos, mas é bem diferente do que já foi feito com o herói e tem um efeito legal na página.
Enquanto isso, Flash (Jay Garrick) e a nova Mulher-Gavião estão tendo seu primeiro encontro na Polônia. Dá para perceber que a heroína continua com uma personalidade parecida com a anterior, mas Jay está muito diferente daquela versão que conhecemos pré-reboot.
No final da história, conhecemos a nova versão de Solomon Grundy – clássico vilão do Lanterna Verde original e que, na versão pós-reboot, deverá ser bem diferente do original. Bom, ele já articula bem melhor as palavras do que aquele Grundy que conhecia…
Earth 2 #3 tem roteiros de James Robinson, que faz uma boa história apesar da (provável) determinação da DC de matar o Sam, e arte da Nicola Scott, que continua mandando muito bem. A capa é do brasileiro Ivan Reis. A edição está à venda nos EUA desde o dia 4 de julho e pode ser adquirida no Brasil pela venda digital.
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