Quer dizer, você não viu, mas pode ter LIDO...
Por Renan Martins Frade - JUDÃO
Ralli’s, um restaurante no meio do nada, a 900 milhas da cidade grande mais próxima. Certo dia, um homem careca, rico, diferente, aparece por lá na hora do almoço. Jenny, uma garçonete simples e com suas dívidas, vai atendê-lo. Só que, além de um pedido, o tal ricaço tem uma proposta: UM MILHÃO DE DÓLARES em troca de largar tudo e ficar um mês ao lado dele. Ela pensa, reflete, vai telefonar pro marido… Mas ela não tem tempo de decidir: o homem vai embora antes mesmo dela desligar o telefone. Aquele cara não tinha interesse nenhum em ficar com Jenny por um mês. “Mas a dúvida a atormentará pelo resto de sua vida sem sentido”.
Aquele restaurante ficava a 900 milhas de Metrópolis. O nome daquele ricaço era Lex Luthor. E essa história pode, de alguma forma, entrar em Batman v Superman: Dawn of Justice!
Um usuário do Twitter chamado Tim Malen postou algumas fotos das locações no qual estão sendo rodadas o filme, que estreia em 2016. Numa delas, vemos que a produção modificou totalmente uma lanchonete para ser a Ralli’s Dinner, exatamente o restaurante retratado na HQ Metropolis 900 Mi, descrita no começo da notícia.
A história, publicada na edição 9 no segundo volume de Superman em 1987, foi criada por John Byrne como uma espécie de capítulo definidor de quem era Lex Luthor. Byrne havia, no ano anterior, liderado um grande reboot na cronologia do Azulão na minissérie Man of Steel. Entre as grandes mudanças estava justamente transformar Luthor de um cientista maluco em um rico empresário, o verdadeiro dono de Metrópolis até o surgimento do Homem de Aço – e, justamente por isso, ele começa a odiar o herói.
Byrne aproveitou Metropolis 900 Mi. pra justamente deixar claro esse lado yuppie (o estereótipo do homem de negócios da década de 80) do vilão. Ele era um cara que mexia com o psicológico das pessoas, que pisava nelas, apenas por diversão. Poder pelo poder, por assim dizer.
Pode ser que a presença do Ralli’s Dinner no filme seja apenas um easter egg, algo compondo a paisagem apenas para pagar tributo a uma HQ do passado e deixar fãs felizes. Ou pode ser que a história tenha sido adaptada ao filme também como uma definição do caráter do Lex Luthor. Sabemos que quem interpretará o personagem será Jesse Eisenberg, o Mark Zuckerberg de A Rede Social, e muito se diz que o vilão também será rico e poderoso. Um gênico da tecnologia que veio das ruas, fazia parte de uma gangue e ficou rico muito cedo – essa última parte bem próxima do mundo no qual vivemos hoje. Elementos esses que transformariam o novo Lex Luthor numa junção daquele da fase do Byrne com o mais recente, do reboot vivido pela DC nos quadrinhos em 2011.
Pro pessoal que só viu os filmes (a maioria, claro) seria chocante ver a diferença entre as versões do vilão e, vamos combinar, uma cena como essa do restaurante deixaria bem claro pra essa galera como as coisas vão rolar a partir de agora.
Enquanto isso, no set de Batman v Superman, Eisenberg segue escondendo a cabeça. É pra não mostrar pra ninguém que realmente tá careca, como o Lex Luthor que todo mundo aprendeu a odiar? (E que, bom, não era careca em sua primeira aparição, algo que poderia se repetir no filme). Ou só pra refrescar num dia quente?
Quer saber? Repetirei aquilo que publiquei aqui mesmo no JUDÃO em fevereiro: “o Lex Luthor de Batman vs. Superman, interpretado pelo Jesse Einsenberg, tem o potencial de ser o maior Lex Luthor da história do cinema. E, veja só, quem tá falando isso é quem não gostou tanto assim de O Homem de Aço…”.
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