domingo, 16 de dezembro de 2012

Coloridos e (quase) inofensivos

Por Dark Marcos - Bigorna

No início, os X-Men eram mostrados como heróis com poderes esquisitos (ou équis-quisitos, com o perdão do trocadilho – que não foi idéia minha). O foco em tais poderes dispensava até mesmo uma individualidade visual, ou seja, não havia um uniforme ultracolorido para cada um dos integrantes do grupo. Todos vestiam o uniforme da “Escola”, formado pelas cores amarela e preta, até bem simples para o padrão de heróis desse tipo. Quem acabava ganhando com isso eram os vilões, que tinham sua aparência bizarra e ultracolorida, ainda que também fossem lá um tanto esquisitos.
Um dos primeiros vilões que o grupo mutante enfrentou, o Vanisher, era de um conceito tão simples que até constratava com seu uniforme (que mais lhe dava um visual de alface ambulante). Criado pelo escritor Stan Lee e o desenhista Jack Kirby, em novembro de 1963, Vanisher também era um mutante cuja habilidade era sumir e aparecer onde bem quisesse. Nada tão fatal ou ameaçador, mas que lhe dava a chance de ser um ladrão perfeito (afinal, quem, com esse poder, não imaginaria em entrar em qualquer lugar e roubar o que bem quisesse?).

Suas primeiras vítimas são bancos (óbvio) e até mesmo as forças militares. Isso porque era a década de 60 e a paranóia americana a respeito dos soviéticos e seus espiões ou o roubo de seus planos (como o que Vanisher promove), era ideal para torná-lo um inimigo de primeira grandeza.
O Professor X, mentor dos X-Men, tinha fortes ligações até mesmo dentro do FBI, bem diferente dos tempos de preconceito racial que o grupo sofreria no futuro. Devido a essa “amizade”, seus alunos são envolvidos na captura de Vanisher que, por ser mutante, poderia sujar a honra da raça.
Vanisher nunca se tornaria um personagem de destaque na galeria de vilões da editora Marvel, vale notar que, de certa forma, ele é o primeiro vilão a “derrotar” os X-Men, ainda que de uma forma um tanto defensiva. O grupo falha ao tentar capturá-lo, mesmo agindo em equipe e tendo treinamento anterior.
Mas o Professor X, que era um tanto severo nas primeira histórias, se mostra incrivelmente tranquilo com o pífio resultado da ação de seus alunos. Tinha plena noção de que Vanisher não era lá um vilão tão perigoso ou mortal assim e serviria perfeitamente como uma espécie de teste em campo para os jovens mutantes.
No final das contas, é o próprio Professor, com seus poderes mentais, quem consegue induzir confusão mental no Vanisher, impedindo que ele teleporte. Aos X-Men cabe apenas deter os marginais que se uniram ao vilão (já que este seria um líder nato por tirá-los da cadeia). O exército prende os meliantes, mas ninguém sabe que o Professor é o mentor dos X-Men. Essa é a fachada para o professor continuar colaborando com o governo em tempos de paranóia militar, vilões coloridos e heróis com poderes esquisitos.

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