Por Denilson Reis
Lendo
no QI 115 a resenha de Henrique Magalhães e as reflexões de Edgard Guimarães, resolvi dar uns
pitacos em relação à questão do fim dos fanzines. Aqui em Porto Alegre temos
mantido a área dos fanzines nos principais eventos de comics (Comic Com RS) e mangá (Animextreme), embora na última edição
deste – 2011 – já não tenha ocorrido a participação dos zines. A questão é que,
dos cerca de dez participantes, 90% são autores de quadrinhos amadores que
fazem “revistas independentes” em papel xerox para mostrar seus trabalhos. Sou
um dos poucos, se não o único, que leva zines com analises de um tema (HQ,
cinema, musica). Desta forma, vejo que a maioria não quer escrever sobre o que
é fã, neste caso quadrinhos, e sim publicar seus quadrinhos, deixando para
escrever e refletir nos seus blogs.
Por
outro lado, quando em 1987 editei o numero 1 do fanzine “Tchê”, fiz para ver
publicada minha primeira HQ, com arte do argentino Isaac Hunt. Como a HQ tinha duas paginas, completei o zine de 20
páginas com algumas ilustrações de amigos que mantinha contato por
correspondência postal, e artigos de HQ, cinema e música que escrevi ou
reproduzi na imprensa local.
Vendo
minha coleção de fanzines – são 25 anos juntando publicações – os zines de HQs,
na maioria, são voltados para a publicação destas, mesmo que na edição tenham
noticias e analises sobre quadrinhos. Mesmo assim, sempre chamei de fanzines,
mesmo que muitos e talvez a maioria, pela definição do professor Henrique
Magalhães e nos critérios da AQC-ESP
no Troféu Ângelo Agostini, fosse
revista independente impressa em papel xerox.
Para
finalizar, não vejo o fim dos fanzines, pelo menos na concepção de fanzine como
revista amadora de divulgação de arte. Vejo sim um aprimoramento das
publicações amadoras numa época em que o acesso às tecnologias ficou maior,
consequentemente diminuindo os custos, levando os fanzineiros a investirem numa
tiragem maior, com capa colorida e ate mesmo impressos numa gráfica.
Via: Homem-Camaleão - Fonte Primária: QI 117
Nenhum comentário:
Postar um comentário