Bom dia, pessoal que ainda não fugiu do blog! Tudo bem?????
Listar o que considero as cinco melhores histórias em quadrinho nacionais é, infelizmente, uma tarefa bem fácil para mim. Algumas editoras do Brasil, aparentemente, não têm muito critério na hora de lançar material. Com essa mania recente do quadrinho dito autoral, vê-se de tudo: narrativas sem sentido cujos monólogos pedem mais de uma leitura para entender se aquilo foi uma piada - isso se você tiver paciência para tanto; um loser escancarando ao mundo inteiro como o pai dele é mais loser ainda; o já gasto clichê do protagonista coitadinho, rejeitado, "bullynado", que se acha sensível e diferente do resto da humanidade (pena que ele não seja nem mutante, nem super-herói, nem bruxo), contado de forma que não empolga e muito menos engrena. Resumindo: roteiros que teriam muito mais a ver com o cinema brasileiro do que com HQs. Isso sem falar da arte (arte?????) sofrível, que faz muito fanzine parecer pintura do Da Vinci.
Quando aparece algo que de fato se destaca da multidão de materiais paupérrimos, a gente tem mais é que tirar o chapéu, falar bem e divulgar. E torcer para que mais gente curta e vá atrás, dando a esse pessoal o reconhecimento que merece!
5) Monstros, de Gustavo Duarte (Quadrinhos na Cia.)
Um belo dia, a cidade de Santos, no litoral de São Paulo, é atacada por três monstros dignos dos seriados japoneses. Somente uma pessoa poderá salvar o dia.
Uma história sem balões com palavras, nem legendas, que se entende muito bem. Gustavo Duarte domina o assunto. E o traço dele é cheio de personalidade: pô, ele participou do Batman Feira da Fruta quadrinizado! Não vou contar mais: leia!
2) O Entrincheirado Hans Ribbentrop. O trabalho de Luís de Abreu (roteiro) e José Duval (arte) não teve a apreciação merecida quando publicado pela Editora Book, em 1991. Talvez por andar na contramão das tendências da época (ressurreição da onda de HQs europeias, os supercoloridos heróis da Image ou os quadrinhos corrosivos de Angeli, Laerte, Glauco, Fernando Gonsáles e cia.). O traço de José Duval lembra os da escola franco-belga. Alternando entre a década de oitenta e a Segunda Guerra Mundial, os autores contam a história do soldado Luderitz que, casualmente, descobre o dossiê de um certo Hans Ribbentrop, o cavador de trincheiras mais ingênuo, confuso e imbecil da Segunda Guerra Mundial. Vários personagens revelam seu passado em comum com o militar gordo e atrapalhado: o avô de Luderitz; um judeu especialista em fugas e atentados antinazistas; um obcecado agente da Gestapo. O humor da narrativa alterna momentos de sutileza com pastelão. Um oásis de talento nesses tempos de HQs de humor duvidoso.
Listar o que considero as cinco melhores histórias em quadrinho nacionais é, infelizmente, uma tarefa bem fácil para mim. Algumas editoras do Brasil, aparentemente, não têm muito critério na hora de lançar material. Com essa mania recente do quadrinho dito autoral, vê-se de tudo: narrativas sem sentido cujos monólogos pedem mais de uma leitura para entender se aquilo foi uma piada - isso se você tiver paciência para tanto; um loser escancarando ao mundo inteiro como o pai dele é mais loser ainda; o já gasto clichê do protagonista coitadinho, rejeitado, "bullynado", que se acha sensível e diferente do resto da humanidade (pena que ele não seja nem mutante, nem super-herói, nem bruxo), contado de forma que não empolga e muito menos engrena. Resumindo: roteiros que teriam muito mais a ver com o cinema brasileiro do que com HQs. Isso sem falar da arte (arte?????) sofrível, que faz muito fanzine parecer pintura do Da Vinci.
Quando aparece algo que de fato se destaca da multidão de materiais paupérrimos, a gente tem mais é que tirar o chapéu, falar bem e divulgar. E torcer para que mais gente curta e vá atrás, dando a esse pessoal o reconhecimento que merece!
5) Monstros, de Gustavo Duarte (Quadrinhos na Cia.)
Um belo dia, a cidade de Santos, no litoral de São Paulo, é atacada por três monstros dignos dos seriados japoneses. Somente uma pessoa poderá salvar o dia.
Uma história sem balões com palavras, nem legendas, que se entende muito bem. Gustavo Duarte domina o assunto. E o traço dele é cheio de personalidade: pô, ele participou do Batman Feira da Fruta quadrinizado! Não vou contar mais: leia!
4) A Garra Cinzenta, de Francisco Armon
(história) e Renato Silva (desenhos). Publicada pela primeira vez em capítulos
pelo jornal paulistano A Gazeta, de 1937 a 1939, é uma aventura
que mescla elementos de policial, terror e ficção científica. Grande sucesso na
época, saiu também no México, na França e na Bélgica. A trama não se passa no
Brasil, e sim em Nova
York. O inspetor Higgins e seu parceiro Miller investigam um
assassino que sempre deixa na cena do crime o desenho de uma mão com garras,
daí seu codinome “Garra Cinzenta”. A visível influência de quadrinhos made in USA, como o X-9 de Alex Raymond
e Dash Hammett, não tira o brilho dessa obra.
A Garra Cinzenta teve uma republicação
parcial em 1975, pelo Almanaque do Gibi Nostalgia, da RGE (hoje editora Globo),
saiu sob a forma de fanzine nos anos 90 e em 2011 pela Conrad.
3) Destino Oeste, editado em 2005 pela
Tanta Tinta, é um álbum em formato europeu produzido por Gabriel Francisco de
Mattos (argumento) e Ricardo Leite (ilustrações). Traz duas histórias passadas em Mato Grosso , terra dos
dois autores (embora mineiro de nascença, Gabriel Mattos é cuiabano de
coração). A primeira, Janeiro 1927,
conta como um militar um tanto maduro e rude decide encarar uma batalha contra
a Coluna Prestes para mostrar sua bravura a uma jovem por quem se apaixonara.
A segunda, Asas, tem como protagonista ninguém
menos que Saint Exupéry. O autor de O Pequeno
Príncipe, sob o patrocínio secreto de Hergé (ele mesmo!), participa de um
torneio de aviação. Acaba caindo em Santa Isabela , interior do Mato Grosso, e
travando conhecimento com elementos que o inspirariam, depois, à concepção de
seu livro mais famoso. Uma obra autoral com um quê de poesia.
2) O Entrincheirado Hans Ribbentrop. O trabalho de Luís de Abreu (roteiro) e José Duval (arte) não teve a apreciação merecida quando publicado pela Editora Book, em 1991. Talvez por andar na contramão das tendências da época (ressurreição da onda de HQs europeias, os supercoloridos heróis da Image ou os quadrinhos corrosivos de Angeli, Laerte, Glauco, Fernando Gonsáles e cia.). O traço de José Duval lembra os da escola franco-belga. Alternando entre a década de oitenta e a Segunda Guerra Mundial, os autores contam a história do soldado Luderitz que, casualmente, descobre o dossiê de um certo Hans Ribbentrop, o cavador de trincheiras mais ingênuo, confuso e imbecil da Segunda Guerra Mundial. Vários personagens revelam seu passado em comum com o militar gordo e atrapalhado: o avô de Luderitz; um judeu especialista em fugas e atentados antinazistas; um obcecado agente da Gestapo. O humor da narrativa alterna momentos de sutileza com pastelão. Um oásis de talento nesses tempos de HQs de humor duvidoso.
1) Santô e os Pais da Aviação - Cia das Letras.
Tá bom, eu confesso que fui tendencioso: sou grande fã do Santos Dumont. Só que o Spacca me superou! Álbum a princípio, imaginado como um desenho animado, consumiu 25 anos de pesquisa de seu autor, que chegou a uma importante conclusão: Nem Dumont, nem Irmãos Wright. O avião só existe hoje em dia graças ao esforço conjunto de vários inventores geniais. Uma pinçadinha de uma ideia aqui, outra acolá, e pronto: está criado o "mais pesado que o ar". E um trabalho brilhante, imparcial, divertido e muito bem elaborado.
Espero que tenham curtido! Abraços a todos e não sumam!
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