Cristiane Peter faz a coloração da revista Casanova, da Image Comics.
Cerimônia de premiação do Eisner Award acontece em julho, nos EUA.
Por G1 - 09.04.12
As revistas de colorir sempre encheram os olhos da publicitária Cristiane Peter, 29 anos. Dos pequenos traços às imitações dos desenhos animados da televisão, a gaúcha natural de Porto Alegre foi indicada à edição 2012 do Will Eisner Comic Industry Awards, o "Oscar" das histórias em quadrinhos, na categoria de colorista. "Recebi um e-mail do escritor da revista, no dia 2, comunicando a equipe toda sobre a minha indicação, mas achei que fosse piada de primeiro de abril!", revela a free lancer. A cerimônia de premiação será em San Diego, na Califórnia, no dia 13 de julho, durante a Comic-Con.
Com uma agenda atarefada, Cris Peter, como é chamada no meio, conta que ainda não teve tempo para comemorar e que ver seu nome na calçada da fama da área foi uma grande surpresa. "Bill Crabtree foi a primeira pessoa que conversei sobre este ramo, lá em 2005, e me deu algumas dicas de Photoshop", diz fazendo referência a um dos seus concorrentes e ídolos. Cris é a primeira brasileira a concorrer na categoria. "Dave Stewart é outro que me espelho muito, mas não sei por qual razão ele não está na lista neste ano!", surpreendeu-se. Atualmente ela trabalha na revista Casanova, da Image Comics, assinada pelo norte-americano Matt Fraction e os brasileiros Gabriel Bá e Fábio Moon.
A história de Cris com as cores começou na adolescência, quando sua mãe a inscreveu numa oficina de quadrinhos do Museu de Arte do Rio Grande do Sul. Dali, criou laços com pessoas que compartilhavam do mesmo gosto e foi conseguindo alguns trabalhos. "Eu comecei a fazer com uns 16, 17 anos, só para conseguir uma graninha extra", explica. Já na faculdade, em 2004, passou a pesquisar o mercado e foi convidada por um cliente da empresa em que estagiava para conhecer o evento Comic-Con. "Voltei bem mexida de lá. Logo em seguida peguei um estágio numa agência de design e consegui ficar apenas uma semana! Vi que meu negócio era colorir", fala.
Sobre o mercado de histórias em quadrinhos no Brasil, ela é otimista: "O mercado está aumentando e não é só com histórias infantis. Tem muita gente talentosa fazendo coisas legais, mas a galera que faz isso não vê retorno financeiro. Eles trabalham lá fora, mas tentam mexer um pouco do mercado daqui". Pega de surpresa, está correndo contra o tempo para conseguir lugar para ficar no Estados Unidos. "Eu já falei com a editora e me garantiram a entrada", vibra.
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