sábado, 17 de novembro de 2012

BETONANDO o FLAVIO LUIZ



 O trio ternura: EU, FLávio e Guerra na FLIQ 2012 - Natal/RN
No ano em que o “Golpe de 64” foi deflagrado em nosso país (ou a “Revolução” se seu pai era militar na época), nascia na “Terra de Todos os Santos” um cabrinha da peste que contrariando todas as estatísticas e probabilidades, não virou pai de santo, não integrou nenhuma banda de axé (embora tenha criado “mortalhas” para alguns blocos) e não brincou de olé com Bobô ou Bebeto (embora seja torcedor do Bahia roxo). O universo pluricultural de Dorival Caymmi, de Dodô e Osmar, de Gil e de Caetano, ganharia naquele 29 de novembro um novo talento artístico: Flavio Luiz!
Sua infância foi regada a muito bullyng,  leitura de gibis, riscos e rabiscos e exposição excessiva aos raios ultra-neons-gama dos seriados de TV, mas entre uma merendinha e outra de acarajé ou de vatapá, entre uma e outra lavagem das escadarias da Igreja do Sr. do Bonfim, “Flavin Baiano” desenvolvia um sonho: o de ser desenhista. O que na época ia de encontro com as expectativas de painho e de mainha que queriam ver o seu filho seguindo uma carreira promissora, como um respeitado médico, engenheiro ou advogado, ou na pior das hipóteses, jogador do Bahia ou assessor de ACM. 
"Flavin", insistiu, persistiu e uma vez grandin, formado em Administração, resolveu que estava na hora de administrar a sua  vida e em 1996, de posse da obra de Eisner “Quadrinho e Arte Sequencial”, colocou-a  debaixo do sovaco e rumou para Bacerlona, onde aprimorou sua arte estudando na escola de quadrinhos Joso Comics. Lá perceberam de cara que seria um desperdício de tempo ele fazer o curso completo e lhe incentivaram a partir direto para o mercado.
Com o ego inflado, mas o bolso vazio, "Flavin Baiano" naquele mesmo ano rumou para os states, em busca de um contato com a MAD que só não acabou em MERD... graças a sua passagem por uma San Diego Comicon. Lá teve o raro privilégio de conversar e de mostrar a sua arte (Jayne Mastodonte # 1) para duas feras da arte sequencial: Sergio Aragonés e Jeff Smith. Ambos foram amáveis e cordiais, demonstrando inclusive, estarem super antenados com o que rolava no país Brazuca: Pelé, Bossa Nova e Escrava Isaura, foram temas de debates entusiastas e calorosos. Elogiaram sua arte e lhe deram dicas de como fazer a diferença nesse meio tão competitivo e por vezes desleal, que é o do universo dos quadrinhos e afins. Munido desse kit de sobrevivência e nutrido com um “cremosin”, Flavin retornou à Salvador, em 2008, deu um “triplo twist estendido" e saltou para sampa, onde reside inté hoje. Recentemente agraciado com mais um Prêmio HQMIX em sua prateleira, fruto de sua obra “O Cabra”, Flavio Luiz, pode enfim, olhar pra trás com satisfação e gratidão por não ter abandonado o seu sonho de criança. Para quem já foi vítima de situações constrangedoras, quando ao se apresentar como “cartunista” em SSA (Somos Salvador Até morrer), lhe pediam para que ele lesse a sorte, já que “jogava cartas” ou pior, ter se deparado com um recenseador que ao ouvir sua profissão de “ilustrador”, perguntou de que tipo... móveis ou paredes?
Flavin, deu a volta por cima e venceu! Seu olhar continua o de um menino, treloso e sonhador, só que agora voltados para uma única direção: o futuro! Para o alto e avante, sempre!Com vocês, Flavio Luiz Nogueira, “O Cabra” que faturou o HQMIX de melhor publicação independente de autor:

A SEGUIR, A DITA CUJA: A ENTREVISTA!


BETO POTYGUARA: VIVER PROFISSIONALMENTE, DA ARTE NO BRASIL, É UM PRIVILÉGIO DE POUCOS, APESAR DE EXISTIR UMA DEMANDA DE MERCADO E UMA LEGIÃO DE ARTISTAS TALENTOSOS EM NOSSAS FILEIRAS PRANCHETAIS. AO QUE VOCÊ ATRIBUIRIA ESSE QUADRO TÃO CONTRADITÓRIO? O CLÁSSICO PROVÉRBIO DO “SANTO DE CASA...”, EM NOSSO PAÍS ASSUMIU UM CARÁTER LITERAL – ORTOXO -DOGMÁTICO –DE-EXTREMA-DIREITA-MAXI-ULTRA-CONSERVADORA- INQUESTIONÁVEL?
FLAVIO LUIZ: Soh agora as HQ e seus profissionais estão tendo o devido valor.Houveram períodos anteriores( a época do CHICLETE COM BANANA)prejudicados pela situação econômica mas acho que agora estah a melhor época para se viver de HQ no Brasil.O problema persiste nos vícios por parte de  quem contrata ,querendo sempre o melhor por quanto menos possa pagar e boa parte do  publico leitor  que apesar de gostar  de HQ espera sempre uma revista barata demais ao mesmo tempo que paga o que cobrarem por um ingresso pra show ou cd,festa,festa,festa...Mas isso estah mudando e para melhor, graças à Deus .
BP: JAYNE MASTODONTE FOI A SUA PRIMEIRA PERSONAGEM, MAS FOI COM O “AÚ” QUE SEU TRABALHO GANHOU UMA MAIOR PROJEÇÃO NACIONAL. DE ONDE VIERAM AS INSPIRAÇÕES (OU TRANSPIRAÇÕES) PARA A CRIAÇÃO DESSES SEUS PERSONAGENS E QUAL O DIFERENCIAL QUE VOCÊ CREDITARIA AO “AÚ”, PARA ELE TER CONSEGUIDO UMA ACEITAÇÃO BEM MAIOR QUE OS SEUS ANTECESSORES?
FL: Jayne foi uma brincadeira com as personagens belicistas ,lindas mas infelizes das HQs americanas no começo dos anos 90 e apesar do sucesso agradou apenas a um grupo restrito de aficionados.E h puro MAD !!!! O Aú preencheu uma lacuna num nicho de  personagens 100 % brasileiros .Ele eh ,otimista,positivo,carismático destemido e estah tendo uma aceitação maior do que  eu esperava na vida!!Estou fazendo o número 2 mas apesar de ter 3 anos que o lancei a procura pelo numero 1 ainda eh grande!!!

BP: SUA MUDANÇA DE SALVADOR PARA SÃO PAULO TAMBÉM CONTRIBUÍU PARA O REBOOT DE SUA CARREIRA. ESSA MUDANÇA DE HABITAT DE PRODUÇÃO FOI OPCIONAL OU CIRCUNSTANCIAL?
FL: Eu sou 100%  baiano mas  durante uma época recente e prejudicial ( mas que graças a Deus estah mudando) não caih na “caricatura de si mesmo” que  alguns detentores de poder político e midiático tentaram e conseguiram embutir na cabeça de uma grande parcela da população que mesmo sem fazer nada ,produzir nada ,achava quer merecia  o titulo de gênio, de porreta,de superior por que dança isso dança aquilo. E SOH!..etc...Eu me tornei um chato  pra muita gente( e sou mesmo ,kkkk!!) e reclamava de coisas que hoje estão num nível insuportável.Tem mais gente reclamando agora,graças a Deus!!!Como baiano sou muito mais do que essa caricatura imposta e aceita mais meu trabalho, lamentavelmente não conseguia o retorno que merecia.Muitos padeceram do mesmo mal. Li em uma biografia que o gênio artista plástico Calazans Neto tinha seus quadros apedrejados e cuspidos enquanto pintava no Dique do Tororó, Muitos tiveram que deixar a terra em que nasceram para se afirmar dignos de nota em terras distantes.E veja soh,hoje são cultuados!!!kkkk!!Por me apresentar como  cartunista ,as pessoas pediam pra eu ler a mao..Jah que lia cartas...E EU ESTOU FALANDO DE REUNIÕES COM PUBLICITÁRIOS!!!.Esse desconhecimento no trato e no respeito ao que faço me fez TER que mudar pra SP,terra que eu amo desde criança ,e onde estou tendo o reconhecimento que mereço.As coisas melhoraram muito em Salvador,e hoje temos uma produção que repercute positivamente aqui e no resto do pais e aposto que mais ateh do que lah ,tanto que tenho sempre recebido e aceitado convites para participação e palestra em eventos Com outros igualmente talentosos artistas do traço 100% baianos !

BP: “O CABRA” FOI UMA APOSTA NOVA E OUSADA. AFINAL, O CANGAÇO É UM TEMA PRA LÁ DE SURRADO, BATIDO, CHUPADO E ESPREMIDO. SÓ ESTE ANO TIVEMOS O LANÇAMENTO DE MAIS 4 CANGACEIROS E UM QUARTO. EM QUE O SEU “CABRA DA PESTE” TRAZ DE CONTRIBUIÇÃO NOVA PARA ESSE UNIVERSO ARDENTE, INQUIETANTE, SEDUTOR E MEGA EXPLORADO E POR QUE IR DE ENCONTRO A ESSA TEMÁTICA? PRA ACRESCENTAR OU PRA “TUMULTUAR”?
FL: Kkkkkk!!Nao eh nada disso.Acho que O CANGAÇO eh um tema rico e que ,discordando de você,ainda pode ser muito mais explorado.O CANGAÇO eh o nosso Western e por que não,no meu caso,a nossa ficção cientifica.O tema eh tão rico que todas as abordagens citadas por vc tem seus particulares e tem fôlego para seguir agradando por muito tempo!!A minha eh mais uma na briga!!!kkkk!!.Acho que apenas na adianta imitar modelos importados e o segredo eh buscar esse diferencial  100 % nacional na abordagem.
BP: FORA ISSO, HOUVE UMA DIVULGAÇÃO DA MOLÉSTIA, COM DIREITO A UM TEASER NO YOU TUBE E TUDO MAIS. QUAL O SEGREDO? COM A MATURIDADE VEIO A EXPERIÊNCIA “MACETAL” OU VOCÊ ARRANJOU UM NOVO PRODUTOR ARTÍSTICO OU ESTÁ FAZENDO HORA EXTRA COM UMA “NOVA” PROFISSÃO NAS MADRUGADAS DA AV. PAULISTA?
FL: O teaser ,o merchandising,etc são retratos do nosso tempo multimídia e temos que acompanhá-lo.Pena eu não ter condições ainda de apresentar  meus personagens nos formatos mais atuais, ou em games, action figures ,etc...Mas o sonho existe.Antes porém acho que tenho que fazê-los mais conhecidos no formato que lhes deu origem( as HQs )
BP: O RIO COMICON NO ANO PASSADO DEU ORIGEM A UM FRENESI COMICON COMO NUNCA SE VIU ANTES NESTE PAÍS.  QUAIS SÃO OS PONTOS POSITIVOS DESSA ENXURRADA DE EVENTOS PARA O MERCADO E PARA OS ARTISTAS BRASILEIROS EMERGENTES E SOBREVIVENTES?
FL: Super importante.Os artistas estrangeiros vivem também desse contato com o público e com os colegas e isso realimenta o mercado ,o faz pulsar.Artisticamente e economicamente.Eu como fã não perderei  a oportunidade ,como não perdih no tempo em que rolava isso “de caju em caju”,gastando mesmo que de ônibus ,dinheiro ,saúde, o que fosse  para estar presente ou aqui em SP ou no Rio ,ou BH ou Brasília  diante dos meus ídolos e de gente como eu ( leia-se NERDs de carteirinha!!!kkk)...Eh fundamental a existência cada vez mais constante desses eventos  e mostra o quão bom está o  momento pelo qual estamos passando.Que venham mais e que se possível , que me convidem também!!!kkkk!!

BP: TANTO O “AÚ” QUANTO “O CABRA” POSSUEM O PERFIL EDITORIAL DAS PRINCIPAIS PUBLICAÇÕES ESTRANGEIRAS, COM UM ACABAMENTO GRÁFICO MAIS REQUINTADO E DIRECIONADO PARA UM PÚBLICO CONSUMIDOR ESPECÍFICO. COM A DIMINUIÇÃO DO PÚBLICO FORMADOR DE LEITORES DE QUADRINHOS, ORIUNDOS DAS “BANCAS DE REVISTAS” E O AFUNILAMENTO DO MERCADO, CONCENTRANDO-SE PRINCIPALMENTE NOS LANÇAMENTOS PARA AS LIVRARIA, VOCÊ NÃO TEME QUE A LONGO PRAZO, ESSE PÚBLICO CONSUMIDOR CADA VEZ MAIS ENVELHECIDO TAMBÉM NÃO REPITA O CICLO QUE AS “CIGARREIRAS” E “TABACARIAS” ESTÃO EXPERIMENTANDO NO MOMENTO DE HOJE?




FL: Temos que nos adequar aos novos tempos.Minha experiência com banca de revista foi frustrante jah que mesmo custando 2 reais vendih 5  exemplares da Jayne Mastodonte( realidade de SSA na época.AÚ e O Cabra tem vendido muito mais hoje por lah!!!) .Por outro lado em BH,Rio e SP nas COMIC SHOPS vendih o suficiente para ganhar um HQMIX com o numero 1.Acho que HQ boa vende em qualquer lugar mas hj a competição com outras mídias faz que  a HQ impressa seja um artigo mais voltado a quem curte de paixão, independente se a adquire em banca ou livraria.Exatamente por querer e preferir pagar ,como leitor,numa HQ o mesmo preço e muitas vezes mais,do que muitos preferem pagar num CD ou ingresso pra Show, não me incomodei tanto com a mudança de banca pra livraria e exatamente por respeitar e amar tanto ,aceito e quis fazer o meu material com a melhor qualidade possível ,isso mesmo, a custa de  um maior lucro ou dividendos.O preço dos meus títulos diante da qualidade gráfica oferecida está muito aquém  do sensato!!kkk!
Nessa hora ser meu próprio editor me poupa da bronca!!!kkkk!!.Pode botar na calculadora.Acontece, como lhe disse, que muitos preferem “colocar debaixo da camisa “,a revistinha da banca ,mesmo barata,do que pagar mais caro ,por uma material pra vida toda, ao artista que oferece o sangue e a alma num material que acredita e que espera ser compartilhado por aqueles que gostam, como ele, das HQs!!Esse tipo de leitor que sempre quer o barato e que se dane o artista,eu dispenso!!Concluindo,mesmo sem nunca ter fumado, adoro o ambiente das tabacarias e se esse eh  o futuro do meu meio de vida,que seja...

BP: AS PODEROSAS MARVEL E DC COMICS, RECENTEMENTE, RENDERAM-SE AO MERCADO DIGITAL. SERIA ESSE O CAMINHO DO QUADRINHO POR AQUI TAMBÉM? SERÁ QUE O POVO DO “JEITINHO”, SERIA TÃO RECEPTIVO COMO OS EUROPEUS E NORTE-AMERICANOS ESTÃO SENDO?
FL: Acho que sim ,eh o futuro mas ainda teremos revistas impressas.Matar uma barata  na parede do banheiro usando o ipad2 enquanto você está no vaso sanitário será mais prejuízo do que se você  a acerta com a velha e boa revistinha enrolada!!kkkk!!

BP: VOLTANDO AO MUNDO MÁGICO DE FLÁVIO LUIZ. QUAL SÃO O SEU NOVOS PROJETOS E EM QUE PÉ ELES SE ENCONTRAM? ALGUM POSSIBILIDADE DE TERMOS UM “THE CABRA RETURNS” OU “JAYNE MASTODONTE BEGINS” NA ÁREA, NA SALA OU NA COZINHA?
FL: Aú 2 em fase primeira de paginas a lápis para depois passar a tinta e pintar.Sao 46 ,estou nesse momento na pagina 40.Alem disso antes de voltar ao CABRA 2 ou Jayne,uma graphic novel,espero retomar a ROTA 66 e lançá-la num formato livrão( em paralelo para ipad ,se deus quizer)

BP: E PRA FINALIZAR, ESSE ANO STAN SENIL LEE NOS BRINDOU COM DUAS INFORMAÇÕES QUE PODERÍAMOS TER SOBREVIDO SEM ELAS: QUE A COISA DO COISA É DURA COMO PEDRA E A DO SR. FANTÁSTICO, ESTICA E PUXA QUE É UMA BELEZA. O QUE NOS FAZ INDAGAR SE OS CRÉDITOS DAS CRIAÇÕES DA MARVEL NÃO DEVERIAM TER SIDO MELHOR CONTRABALANCEADAS ENTRE ELE E O IMORTAL JACK KIRBY?MAS VOLTANDO O FOCO PARA AS PERÓLAS DE LEE, O MAIOR ENIGMA DO UNIVERSO FÁLICO DA MARVEL NÃO FOI REVELADO: E O SURFISTA PRATEADO? COMO ELE FAZ PRA MIJAR? OU O GALACTUS ALÉM DE COMER PLANETAS TAMBÉM É CHEGADO EM APERETIVOS EXÓTICOS E NHAC... NO NHOC DO COITADO?! QUAL SUA OPINIÃO FILOSÓFICA A RESPEITO PARA ESSE DILEMA EXISTENCIAL QUE AFLIGE 11 ENTRE 10 MARVETES?
FL: Quantos anos tem o Stan Lee?kkkk!Acho que são brincadeiras e nunca levei tão a serio esse universo de super-herois, apesar de amá-lo tanto e talvez por isso mesmo.Não podemos levar tudo tão à serio!!!!.Jack Kirby,Ditko,Dick Sprang e muitos outros mereciam melhor reconhecimento mas, e isso não tem nada a ver com o mercado de HQ ,existem aqueles que “sabem ganhar dinheiro” e outros que são mais “artistas” e não tem esse tino comercial .Eu mesmo sem minha esposa e produtora,Lica de Souza,estaria ainda em SSA reclamando do cara da banca por ter deixado a Jayne molhar e tomar sol ao ponto de desintegrar na minha mão...Stan Lee está riquíssimo e fez muito pelas HQs.Ao mesmo tempo não se importou ,como eu e muitos outros, em ver o surfista prateado( meu personagem favorito) ser torturado ou ter sua força atrelada a prancha no último filme do quarteto  e não o contrario, como acontece nos gibis... Acho que o  problema estha nessas historias que tentam explicar tudo de forma racional e realista demais e acaba ficando pior.Essas sagas mega sanguinárias e confusas estão matando o quadrinho mensal!!!Alan Moore,outro doido,dah um show com TOM STRONG jah que explica as coisas de forma aceitável apesar de tão absurdas.Sempre achei que o Surfista tinha uma sunga por cima.Se fosse criação européia ele estaria nu e seria normalíssimo.No caso do surfista sinto mais falta das orelhas!!!kkkkkk!!

BP:  HORA DE DIZER BYE E DE AGRADECER PELO TEMPO DISPENSADO, PELA CORTESIA E  PACIÊNCIA. ENCONTRO MARCADO NO FIQ EM BH. NAS CONSIDERAÇÕES FINAIS, ALGUM RECADINHO AUTRUÍSTA OU SÁDICO PARA OS JOVENS QUE ESTÃO PENSANDO EM ENVEREDAR PELO CAMINHO DOS QUADRINHOS E SE TORNAREM OS PRÓXIMOS”JIM LEES”, “TOOD McFARLANE’S” E POR AÍ VAI, (PERCEBEU QUE NINGÉM QUER SER ZIRALDO, CEDRAZ, HENFIL OU FLAVIO COLIN?)?
FL: Em 1996 tive a sorte de conhecer pessoalmente dois ídolos que nortearam minha carreira: Jeff Smith,de Bone  e Sergio Aragonês.O primeiro,em Angouleme, viu minha produção ainda não publicada  da Jayne e do Jab( naquele tempo eu não havia criado a Rota66) Ele me disse .Olhe soh, cachorrinho por cachorrinho,jah existe o Snoopy.Se seu cachorrinho estah sendo criado para ser apenas mais um ,serah que ele realmente precisa ser criado?De que adianta?Eh isso que vc quer ?Ser apenas mais um?Veja o que você quer para sua carreira e suas criações e trabalhe para atingir seus objetivos.Eu criei a rota 66 em 99 e fui bem mais feliz com eles. Tem gente que se contenta em ser copia do Jim Lee e etc e outros mais autorais, como eu, querem deixar uma marca mais duradoura e definitiva.
O Sergio Aragonês olhando meu portfólio em San Diego ( no único anos que consegui ter dinheiro pra estar lá) disse que “meu caminho seria um dos mais difíceis porem um dos mais bonitos”.Dificeis pois meu estilo não eh pro Mainstream ,não seria i jaamais um Jim Lee ou desses caras que detonam nas anatomias super-heroicas ,sacam tudo de perspectiva e passam horas num soh quadrinho.Eu sou muito cartoon...Então ele disse que se um personagem meu emplacasse  também ,ninguém tiraria o lugar dele.Espero um dia entregar pessoalmente exemplares do Aú e do Cabra e agradecer a ele pelas palavras!!Enfim.Eu acho que não devemos imitar ninguém ou querer ser esse ou aquele artista.Sermos nos mesmos jah eh tão difícil...Mas eh soh o que nos cabe.Porém sejamos os “melhores nos mesmos” que pudermos!!!!kkkk!!




CONCEDIDA EM AGOSTO DE 2011 E PUBLICADA ORIGINALMENTE NO FARRAZINE # 23 
FLAVIO LUIZ dividiu o espaço conosco em nosso estande durante o FIQ 2011; esteve em outubro em Natal participando da FLIQ como convidado; atualmente está produzindo pra MAD (#50) e correndo atrás de patrocínio para o AÚ 2... mesmo assim não perde uma oportunidade de dar uma passadinha em  Paris para apreciar o Festival D'Angoulême.
 

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