quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Superman soviético salvando a mãe Rússia de um METEORO? Sim. Isso EXISTE.

Por Judão
Sexta-feira, 15 de Fevereiro de 2013, 3h30min — horário de Brasília. Este pode ser considerado nos próximos séculos o primeiro momento que o SUPERMAN foi visto no mundo real, salvando a Rússia e o resto da Terra de serem destroçados por um meteorito. Um Superman SOVIÉTICO.
Ok, parece muita viagem, eu sei. Mas o meteoro realmente caiu e o Superman defendendo os antigos domínios da União Soviética não é algo novo – até porque a velha URSS já se foi há mais de duas décadas… #Tudumpsh
Entre a Foice e o Martelo
Em 2003 o roteirista Mark Millar resolveu publicar, pela DC, uma visão muito particular do Superman. Afinal, o Homem de Aço é o que é porque foi criado na mente de dois jovens que viviam nos EUA em pleno 1938, quando o País precisava de uma figura nacionalista para enfrentar o final da Grande Depressão – e pra encarar a Guerra Mundial que viria a seguir. Por isso o Azulão defende “a verdade, a justiça e o modo americano”, além de usar azul e vermelho no uniforme.
O que Millar fez foi pensar o “outro lado dessa história”. E se tivesse sido diferente? E se o Superman tivesse sido criado na Rússia? E se o bebê Kal-El tivesse caído na então União Soviética? Quais cores ele usaria? Qual seria seu mote? O que ele defenderia?
Nascia assim o herói do proletariado.
Superman – Red Son foi publicado originalmente em 2003 como uma minissérie em três partes. Escrita por Millar, com lápis de Dave Johnson e Kilian Plunkett e arte-final de Andrew Robinson e Walden Wong, a HQ ganhou um prêmio Eisner em 2004. Por aqui, a história recebeu o nome de Superman – Entre a Foice e o Martelo.

Quem era este herói do povo?
Na HQ ficamos sabendo que, nessa realidade alternativa, a URSS revelou o Superman deles para o mundo na década de 1950, bem no meio da Guerra Fria, o que deixou os estadunidenses em pânico. Assim, Jim Olsen, agente da CIA, recrutou o cientista Lex Luthor para destruir o herói inimigo. Manipulando o Superman, Luthor roubou material genético do soviético e criou um clone chamado Bizarro.
Eventualmente, problemas internos na União Soviética fizeram com que Joseph Stalin fosse morto. Inicialmente a contra gosto, Kal-El aceitou a missão de chefiar o Partido Comunista, se tornando o manda-chuva da URSS e transformando o país em uma utopia.
Quando o Bizarro finalmente vai atacar o Supinho, algo dá errado e o clone sacrifica a própria vida pra salvar a Grã-Bretanha de um míssil nuclear. Luthor, que deveria se dar mal pelas besteiras que fez, se safa matando todos da S.T.A.R. Labs (onde trabalhava) e funda a LuthorCorp, jurando um dia se vingar do Vermelhão.
Sob o comando do Superman, a União Soviética se transforma em um paraíso, ampliando a influência que tinha por quase todo o globo — no entanto, o herói acaba se tornando um tirano.
Em 1978 os EUA estão quase falidos, mas tem alguém que não quer que isso continue. Primeiro Luthor usa Brainiac para tentar miniaturizar Moscou, mas o alvo acaba sendo Stalingrado e Brainiac é capturado. Depois, Batman é enviado por Luthor para trabalhar ao lado de Pyotr Roslov, filho bastardo de Stalin, e eles capturam a Mulher-Maravilha — então amante do Superman, apesar dele próprio não considerar isso. A intenção dos estadunidenses é prender o líder soviético quando fosse salvar a amada, tirando os poderes dele com raios de um Sol vermelho. O plano dá certo, mas é Diana que se solta e salva o amante. Ao ver que falhou, Batman comete suicídio. O_o
Sem sucesso, Luthor acabou se elegendo presidente dos Estados Unidos e, com seu intelecto, devolve o país aos tempos de prosperidade. Porém, isso é só a parte de um plano maior. O presidente queria ver o inimigo invadindo os EUA, atraindo-o para o plano final.
O que Luthor teria na manga? Simples: o projetor da zona fantasma, uma bateria energética e a Tropa dos Lanternas Verdes!
Lois Luthor, primeira-dama dos EUA, forjou uma aliança com as Amazonas, agora comandadas por uma traída Mulher-Maravilha. Quando a União Soviética e o Superman atacam a Costa Leste dos EUA, o país é defendido por elas e por uma amalgama da Tropa dos Lanternas Verdes com a Marinha dos Estados Unidos.
O confronto final leva a Mulher-Maravilha, Superman, Lex Luthor e Brainiac até a Casa Branca. O robô alienígena, manipulado pelos dois lados, acaba se destruindo, mas deixa a própria nave na órbita da Terra prestes a explodir. Em um ato heroico, Superman salva o planeta — mas morre no processo.
Sem o líder e tirano, a sociedade sem crimes da URSS entra em caos. No entanto a ordem é reestabelecida por um grupo chamado Batmen, formado por pessoas que usam um uniforme parecido com o do falecido Batman. Vendo as necessidades do mundo, Lex Luthor incorpora muitas ideias do lado derrotado e cria o Luthorismo, estendendo o controle dos EUA por toda a Terra. A partir daí o mundo vive uma era de paz e de governo benevolente, com Luthor, por meio de seu intelecto, curando várias doenças e colonizando o Sistema Solar. O presidente acaba vivendo por quase 200 anos.
No enterro de Lex Luthor finalmente descobrimos a verdade. Superman não morreu. Ele ainda está vivo, sendo quase imortal. De longe, usando os óculos característicos de Clark Kent (identidade que ele não usa neste universo), acompanha o sepultamento de seu maior inimigo…
Bilhões de anos no futuro, quando a Terra está para ser destruída pelo Sol (que se tornou um gigante vermelho), um descendente distante de Luthor, Jor-El, envia seu jovem filho, Kal-L, para o passado. O gibi acaba mostrando a chegada de Kal-L em uma nave espacial. É a Ucrania, na Terra. O ano é 1938.
Para quem quiser ler
Superman: Entre a Foice e o Martelo saiu como minissérie em 2004 e, em 2006, foi republicado como encadernado pela Panini. As edições, infelizmente, estão esgotadas. Já para quem domina o inglês, é possível achar Superman: Red Son na Amazon por bons preços. Não sei, mas depois de hoje começo a pensar que Jor-L pode ter errado o ano. Quem sabe ele não mandou o filho pros anos 90? Se foi assim, anos duros estão pela frente…
Vai ver que Nostradamus — e os maias — estavam certos.


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